Roda, telefone e ar condicionado, sem dúvida, são invenções que contribuíram para a evolução da espécie humana. Mas nada mudou mais o jeito de viver do homem do que a Copa do Mundo. Afinal, só ela é capaz de deixar todo o planeta em clima de festa durante um mês inteiro. Não poderia ser mais justo, após quatro anos de espera entre uma edição e outra. E se você acha isso angustiante, imagine esperar 26 anos para realizar um sonho. Foi o que aconteceu com a FIFA.
Voltemos ao início do século XX, onde o futebol já fazia parte dos Jogos
Olímpicos. Quando a FIFA foi criada, em 1904, a ideia de organizar um Mundial
fora do cenário olímpico era impossível. Prova disso foi o congresso de
Paris, em 1905, onde nenhum país mostrou interesse em participar da Copa. A
segunda tentativa foi destruída pela Primeira Guerra Mundial, de 1914 a 1918, e
o projeto foi mais uma vez por água abaixo. Para piorar, o torneio olímpico
havia crescido e ganhado status de Mundial, tanto que o Uruguai, ao conquistar
o ouro em 1924 e 1928, passou a ser chamado de “bicampeão mundial”.
Mas os Jogos Olímpicos tinham um porém: eram abertos apenas a amadores. Com
o futebol já profissional em grande parte da Europa, o francês Jules Rimet, um
dos fundadores da FIFA, retomou a ideia da Copa na conferência de Amsterdam, em
1928. Os escandinavos, com seu futebol ainda amador, foram contra, mas com o
apoio de Bélgica, Espanha, Holanda, Itália, Suécia e Uruguai a proposta acabou
sendo aceita. Ficou decidido que a partir de 1930 e a cada quatro anos seria
realizado um campeonato mundial.
O que parecia um alívio se tornou um problema. No congresso da entidade em Barcelona, em 1929, a FIFA escolheu o Uruguai como país sede, em virtude do bicampeonato olímpico e da
celebração do centenário da independência do país no ano seguinte. A decisão não agradou os europeus, que tiveram Espanha,
Holanda, Hungria, Itália e Suécia derrotadas na disputa para sediar o torneio.
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