quarta-feira, 29 de julho de 2015

Ainda Dá


Há cerca de um mês, a Seleção Brasileira perdia para o Paraguai nos pênaltis e dizia adeus à Copa América. A final que todos esperavam, entre Brasil e Chile, em Santiago, havia sido adiada. Mas agora tem data marcada: 5 de outubro de 2015. O sorteio das eliminatórias para a Copa de 2018, realizado no último sábado, em São Petersburgo, reservou ao Brasil uma estreia nada fácil: fora de casa, contra o atual campeão sul-americano. Não vale título, é verdade, mas vale uma vaga no Mundial da Rússia. E se levarmos em consideração que o Chile tem, hoje, sua melhor geração de futebolistas, respaldada por um título continental inédito, e que as outras seleções do continente evoluíram consideravelmente, a partida de 5 de outubro é, sim, uma final.

Se já não bastasse todo esse clima de decisão, o Brasil não terá Neymar, suspenso nas duas primeiras rodadas das eliminatórias. O craque brasileiro volta a vestir a amarelinha somente na terceira rodada, logo contra a arquirrival Argentina, em Buenos Aires. Para muitos, o único grande jogador desta geração vai fazer falta até mesmo na segunda partida, em casa, contra a Venezuela — que já deixou de ser boba no futebol faz tempo. Porque, para muitos, o resgate da autoestima do futebol brasileiro depende apenas de Neymar.

Diferentemente das outras zonas de classificação, cheias de pré-fases e grupos, as eliminatórias sul-americanas são simples. Os dez países disputarão partidas entre si de ida e volta, em casa e fora. As quatro melhores equipes vão ao Mundial. Nas 18 rodadas, entre outubro de 2015 e novembro de 2017, a Seleção reencontrará velhos e temíveis adversários. Além dos já citados Chile e Venezuela, o Brasil terá pela frente o bom time do Peru, semifinalista nas últimas duas edições de Copa América; enfrentará a ótima Colômbia, para quem perdeu recentemente; encarará as altitudes de Quito e de La Paz, onde é sempre complicado jogar; confrontará o Uruguai no mítico Centenário, onde só venceu uma vez nos últimos 40 anos; e pegará o Paraguai, seu mais novo carrasco continental. Se as coisas não saírem como o esperado, o Brasil ainda terá a oportunidade de se classificar na repescagem: o quinto colocado enfrentará o vencedor das eliminatórias na Oceania. Isto é: a chance de cinco países sul-americanos disputarem o Mundial de 2018 é gigantesca. Mesmo assim, não se pode dizer que o Brasil será um deles.

A rigor, a Seleção Brasileira só teve dificuldades, de fato, em duas eliminatórias: a primeira, para a Copa de 94, e a segunda, para a de 2002, a única desde que o sistema das eliminatórias passou a ser o atual, com todos contra todos. Já as classificações para 2006 e 2010 foram conquistadas com os pés nas costas, com o Brasil terminando em primeiro lugar em ambas. Em 94 e 2002, ganhou a Copa. Em 2006 e 2010, não passou das quartas de final. Mas isso não significa que uma campanha sofrida nas eliminatórias seja sinal de uma campanha vitoriosa no Mundial. Com dificuldades ou não, o certo é que uma Copa do Mundo sem o Brasil é uma derrota nível 7 a 1 — se bem que nada é pior que os 7 a 1.

Mas calma, ainda dá. Até porque as eliminatórias só começam daqui a dois meses.


O Brasil estreia contra o Chile (fora). Depois vêm Venezuela (casa), Argentina (fora), Peru (casa), Uruguai (casa), Paraguai (fora), Equador (fora), Colômbia (casa), Bolívia (casa) e todo o returno.


sexta-feira, 17 de julho de 2015

À Espera do Carrasco



Os portões foram abertos pontualmente ao pôr do sol. A multidão que se aglomerou do lado de fora logo entrou; em fila, em festa. O carnaval improvisado, pouco comum acima das nuvens, reuniu anjos, santos, gênios e outros seres celestiais, em tamanha ansiedade que mais pareciam seres terrestres. A notícia da chegada do último remanescente do Maracanazo se espalhara pelos sete céus: Alcides Ghiggia estava a caminho do Maracanã celestial.

No vestiário, a voz de Obdulio Varela ecoava em uma preleção emocionada antes da partida decisiva. Dono de uma personalidade forte e uma liderança nata, o capitão uruguaio tentava, em vão, camuflar o nervosismo. Ao seu lado, Juan Schiaffino era outro que não escondia a emoção. Apesar de agora pertencer ao plano espiritual, a lembrança do cruzamento de Ghiggia no primeiro gol uruguaio continuava viva e presente.

De repente, a porta de madeira rangeu. Por um breve momento, Obdulio suou frio. Mas quem adentrou o vestiário foi Barbosa. O goleiro brasileiro não via a hora de reencontrar o seu algoz, que tão gentilmente o livrou da culpa pelo gol do triunfo celeste: "Ganham os 11, perdem os 11", rebateu certa vez o uruguaio. Em vida, Barbosa dizia repetidamente que "a pena máxima no Brasil é de 30 anos, e já estou pagando há quase 50". Agora, num terreno atemporal, não havia mais lágrimas, dores e nem sofrimento.

Aos poucos os jogadores da Seleção Brasileira foram chegando e se unindo aos uruguaios: Bauer, Ademir, Augusto, Friaça, Juvenal, Danilo Alvim, Bigode, Jair, Chico e, por último, Zizinho, que ao ver aqueles 20 jogadores reunidos em harmonia pensou estar sonhando. Lembrou-se imediatamente da concentração brasileira em São Januário 56 anos atrás, quando a politicagem invadiu a privacidade do time, tirou-lhes a tranquilidade e injetou nos jogadores o princípio ativo da tragédia. Naquele dia, Mestre Ziza teve a convicção que estavam partindo para uma guerra. Hoje, para a eternidade. Juntos.

A porta de madeira rangeu mais uma vez — pela última vez. Ghiggia apareceu, e para espanto geral já não era mais aquele homenzinho franzino, do bigodinho magrelo, que numa tarde ensolarada roubou o brilho do gigante pela própria natureza. Ali, parado na entrada do vestiário, estava um senhor de outrora 88 anos, apoiado em sua fiel escudeira, a bengala. O olhar de Ghiggia percorreu cada uma das 21 almas que por tanto tempo esperaram por ele. Viu em Obdulio a força de seu capitão. Em Schiaffino, a cumplicidade. Em Zizinho, o talento. Em Barbosa, a redenção. Então, teve certeza de que acabara de chegar em casa. E sorriu.


Ghiggia recebeu homenagem no empate por 0 a 0 entre Uruguai e Jordânia, que garantiu a Celeste na Copa de 2014. Reprisado em um grande telão, o gol foi comemorado pela torcida como se tivesse sido feito ao vivo.







O gol que silenciou o Maracanã, a 11 minutos do fim, imputou a maior tragédia da história do futebol brasileiro. Até que veio a Copa de 2014 e... gol da Alemanha.


quinta-feira, 9 de julho de 2015

Parece que foi ontem




Parece que foi ontem que o Brasil tomou de sete. E por mais que os anos se passem, vai continuar parecendo que foi ontem. É como se hoje ainda fosse o dia 9 de julho de 2014. Ainda estamos de ressaca, com tamanha dor de cabeça que nem o mais pessimista torcedor poderia imaginar. Não faz 24 horas que fomos impiedosamente massacrados em seis minutos de pânico e noventa de pesadelo. Parece que foi ontem que o Maracanazo virou fichinha. Que perdemos de forma constrangedora. E que, de fato, a Seleção Brasileira sofreu a maior derrota de toda a sua história. Parece, não. Foi ontem.

Hoje é o dia seguinte. E nada como um dia após o outro. É possível sim reerguer a bandeira, por maior que seja a dor, e dar a volta por cima. Afinal, brasileiro é aquele que não desiste nunca. O título já era; sobrou a disputa do terceiro lugar e a chance de amenizar esse delírio com uma honrosa terceira colocação. Imagine se for contra a Argentina, que joga hoje contra a Holanda na outra semifinal? Uma vitória sobre os rivais hermanos não apagaria o vexame da goleada, mas traria um pouco de afago aos brasileiros. Ainda há esperança.

Não para Felipão. A situação do gaúcho é delicada. Dificilmente ele resistirá depois da Copa. Entretanto, a lacuna no cargo de técnico da Seleção Brasileira pode se transformar numa ótima oportunidade para a CBF trazer um nome estrangeiro de peso. O espanhol Guardiola, por exemplo. Já pensou a aula de futebol que ele injetaria na Seleção? Um "tic-tac" à brasileira, com a ressurreição da camisa verde-amarela. Não custa sonhar. Até porque o que não falta são bons treinadores querendo o cargo mais importante do Brasil. "Problema" para o presidente da CBF, José Maria Marin.

E Neymar? Imagine a frustração do jogador em não poder fazer a diferença com a amarelinha. Angústia, impotência e, por que não, injustiça. Tão logo se recupere da fratura na terceira vértebra lombar, Neymar estará de volta à Seleção, desfilando toda a sua genialidade. Ele tem muito tempo pela frente. A próxima competição é só em junho de 2015: a Copa América, a ser disputada no Chile. Até lá, ele deverá estar no auge de sua forma física e tem tudo para se destacar no torneio. Porque apesar de jovem já está maduro.

O lema agora é "Eu acredito".

Gol da Alemanha.



segunda-feira, 6 de julho de 2015

Los Libertadores del Coloso



O Estádio Nacional Julio Martínez Prádanos, mais conhecido como Estádio Nacional de Chile, é um senhor de 77 anos. E como todo idoso, tem muitas histórias para contar. Já recebeu concertos pelos Direitos Humanos, final da Copa Davis de tênis, shows de superastros da música, como Madonna e Michael Jackson, e até um encontro de jovens com o Papa João Paulo II. Mas nem só de flores vive "El Coloso de Ñuñoa". Nos fundos do gigante de concreto, uma mancha negra da história permanece incólume por mais de 40 anos.

Ali fica a "Salida 8", um setor de arquibancadas de madeira, cercado de placas de acrílico, onde 20 mil prisioneiros políticos viveram por dois meses, entre 12 de setembro de 1973 — um dia após o golpe de Estado do general Augusto Pinochet — e 9 de novembro. Preservado exatamente do jeito que foi deixado à época, o local — uma espécie de ex-campo de concentração — é um museu permanente a céu aberto, que mantém viva a lembrança do horror do regime militar. A frase na parte superior da arquibancada resume bem: "um povo sem memória é um povo sem futuro".

Com memória e com futuro, mas sem títulos. Para o povo chileno, o dia 4 de julho de 2015 significava a independência de um jejum que acompanhou 'La Roja' por toda a sua história. O adversário, a Argentina, jamais perdera para o Chile em partidas de Copa América: 6 empates e 18 vitórias. Pior: vencera as últimas quatro edições do torneio disputadas no país vizinho (1941, 45, 55 e 91). Mais do que nunca, a força da 'hinchada' (torcida) fazia-se necessária. Para tanto, um milionário chileno comprou 40 mil bandeiras, que foram distribuídas na entrada do estádio — o que pôs em xeque o ditado "dinheiro não compra felicidade".

O horário vespertino elevou a temperatura para 20°C, mas nada que tirasse o frio na barriga dos 45.693 espectadores no Estádio Nacional. Os hermanos começaram na pressão, complicando a saída de bola chilena. A partida se desenrolava de igual para igual até que, aos 28min, Di María saiu com dores na coxa direita. Começava ali a derrocada argentina.

Os times voltaram para o segundo tempo; Messi, não. Apático e bem marcado, o camisa 10 platino sofreu com a presença de Medel em seu cangote, anulando qualquer tentativa de criação do craque. Os anfitriões eram absolutos na posse de bola, e ao Chile só faltava o arremate certeiro. Mas a melhor oportunidade acabou sendo dos hermanos. Avançados, os chilenos sofreram um contra-ataque no último lance da etapa complementar. Messi disparou com a bola no pé, abriu para Lavezzi e o jogador do PSG tocou em profundidade para Higuaín. O cheiro de epopeia se esvaiu no ar quando o atacante do Napoli perdeu o ângulo e, consequentemente, o gol.

O tempo extra seguiu o roteiro dos 90 minutos: um Chile dominante, ditando o ritmo. Teve a chance de liquidar a fatura após a furada de Mascherano — sua única falha na competição —, porém o veloz Alexis Sánchez perdeu a passada e se deixou marcar por Otamendi, chutando sob pressão por cima da meta platina. O drama era evidente para os chilenos: 123 anos sem título, 120 minutos sem gol.

Antes das cobranças de pênalti, o hino à capela inflou o Estádio Nacional de confiança. Destemidos, os chilenos foram perfeitos na marca da cal. Do lado argentino, só Messi acertou. Pouco. E quando Alexis foi para a penalidade decisiva, sua personalidade ganhou força. De cavadinha, o camisa 7 fez 4 a 1, libertou o país da fila, o estádio da opressão e a camisa de seu corpo, numa comemoração enlouquecida que contagiou os quatro cantos da nação. Os chilenos choraram de novo, sim, mas dessa vez de alegria pela libertação.

Com memória, com futuro, com título. Esse é o novo Estádio Nacional. Esse é o novo Chile.


Estádio Nacional de Santiago: ao fundo, a Cordilheira dos Andes (foto: Rafael Bauer)



Salida 8: "Un pueblo sin memoria és un pueblo sin futuro". (foto: Rafael Bauer)



Torcida argentina ao lado da Salida 8 (foto: Isidora Riveros)









Hinchada chilena com as bandeirinhas (foto: Isidora Riveros)




A sina de Messi: 24 títulos com o Barcelona, trivice com a Argentina (foto: Isidora Riveros)
































Cavadinha: personalidade e segurança foram características do time de Sampaoli (foto: Isidora Riveros)


























Gary Medel com a taça: jogador símbolo da raça chilena (foto: Isidora Riveros)























sexta-feira, 3 de julho de 2015

De Letra no Chile




Miércoles, 24/6 : El Dedo de Díos


A capital chilena amanheceu com dezenas de milhares de pessoas marchando pelas amplas avenidas do centro da cidade. Na principal delas, a Avenida Libertador Bernardo O'Higgins, professores e alunos, juntos, cantaram contra o governo de esquerda da presidente Michelle Bachelet, cuja promessa de reforma universitária ficou aquém de suas expectativas. Com cartazes, faixas e até um dragão chinês, os manifestantes desfilaram toda a sua indignação, com criatividade e organização. Indignação que não foi exclusividade dos chilenos neste dia.

À noite, Chile e Uruguai abriram a fase de mata-mata da Copa América, num gélido Estádio Nacional, abarrotado de hinchas e de esperança. O frio inebriante se limitou às arquibancadas, onde cachorros agasalhados se misturavam aos torcedores. Em campo, chilenos e uruguaios se embrenharam em acaloradas discussões. A principal delas, logo após a ‘dedada’ de Gonzalo Jara em Edinson Cavani — que culminou na expulsão do uruguaio —, decidiu a partida. Revoltada com o árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci, a Celeste foi presa fácil para La Roja, que pressionou até alcançar o gol, a cinco minutos do apito final, com Mauricio Isla. O atual campeão, maior da história do torneio, estava fora.


Viernes, 26/6 : Nostalgia à Beira-Mar


Capital turística do Chile, Viña del Mar possui algumas das melhores praias do país. Mas quem roubou a cena no fim de tarde foi a belíssima lagoa que permeia o Estádio Sausalito. No fundo de suas águas, dizem, repousa uma bola chutada por Garrincha, na Copa de 62. A esmagadora torcida colombiana também tinha suas memórias: cantou a plenos pulmões “5 a 0 de nuevo”, em alusão ao histórico placar obtido em 1993, em Buenos Aires, pelas Eliminatórias da Copa de 94.

Em campo, Messi e seus companheiros não deram ouvidos. A intensa pressão argentina durante toda a partida não resultou em nada além da consagração do goleiro Ospina, que quando não fez milagre foi salvo pela zaga ou pela trave. A decisão por pênaltis foi inevitável, assim como as más lembranças para os hermanos.

Quatro anos antes, como anfitriã da competição, a Argentina perdeu a vaga nas semifinais para o Uruguai na marca da cal. Confiantes em um desfecho diferente desta vez, os argentinos acertaram suas quatro primeiras cobranças. Tiveram a chance da classificação nas mãos, porém os pés de Biglia e Rojo desperdiçaram dois “match points”. Quando o colombiano Murillo, impecável na zaga durante os 90 minutos, cobrou a penalidade na lua — por pouco a bola do zagueiro não foi ao encontro da de Garrincha —, coube a Carlitos Tévez a responsabilidade de definir. E foi justamente o homem que desperdiçou a cobrança decisiva em 2011 que bateu com extrema categoria e se redimiu, classificando a Argentina.


Sábado, 27/6 : O Fantasma Paraguaio


Cobertura, um novíssimo sistema de iluminação e tantas outras reformas transformaram o Estádio Ester Roa, em Concepción, no mais moderno da competição. Entretanto, os alicerces do reinaugurado estádio guardam um passado de prisões e torturas políticas dos tempos da ditadura chilena, além da fama de assombrações, segundo relatos de funcionários. Mas mal-assombrado mesmo estava o time brasileiro.

Brasil, Paraguai, Copa América, quartas de final, pênaltis. Uma combinação que definitivamente não dá certo. A Seleção até que começou bem, com confiança e bom toque de bola. Assim nasceu o gol de Robinho, aos 14min do 1º tempo, depois de uma rápida troca de passes e o cruzamento de Dani Alves. Porém, na etapa final, o Brasil não suportou a pressão paraguaia. Numa das muitas bolas aéreas, aos 25min, Thiago Silva fez a besteira de por a mão na bola e ofereceu de bandeja o empate: Derlis González cobrou e empatou. Assustada, a Seleção Brasileira viu novamente o fantasma paraguaio dos pênaltis pela frente.

Fernandinho, Miranda e Philippe Coutinho converteram suas cobranças, mas a falta de pontaria voltou a assombrar os cobradores brasileiros. Éverton Ribeiro chutou para fora e Douglas Costa cobrou na lua, lembrando muito os pênaltis de Elano e André Santos, em 2011. Se vale de conforto, o aproveitamento brasileiro nas penalidades foi melhor que na edição passada. E a seleção do discurso pronto se calou novamente.


Lunes, 29/6 : O Clássico do Pacífico


132 anos depois de anexar a província peruana de Tarapacá na chamada "Guerra do Pacífico", o Chile voltou a enfrentar o Peru; desta vez, no âmbito esportivo. A primeira semifinal da Copa América teve sabor de clássico para os rivais declarados — tão ferrenhos como Brasil e Argentina, segundo os hinchas chilenos. Mais do que vencer o oponente, para o Chile era o penúltimo passo antes da glória inédita.

O Peru foi aguerrido. Perdeu o zagueiro Zambrano, expulso, ainda no 1° tempo, mas jogou de igual para igual com os donos da casa. A tensão nas arquibancadas refletiu o respeito e o temor diante do rival. Mas o Chile tinha Vargas, o artilheiro da Copa América. O ex-gremista abriu o placar aos 41 do 1° tempo e garantiu a classificação chilena à final num golaço de fora da área, aos 18 do 2° tempo, logo após o gol contra de Medel, que quase complicou os anfitriões. Aos gritos de "Sale Chile!", a vitória deixou a seleção sem títulos mais perto de seu primeiro troféu. Mas o vizinho de Andes promete atrapalhar a festa.


Martes, 30/6 : O Massacre da Argentina Elétrica


A pretensão paraguaia de assombrar a Argentina teve efeito contrário: virou filme de terror. O reencontro entre as duas seleções, desta vez, foi desigual — empataram por 2 a 2 na primeira fase. A goleada passou pelos pés de Messi, Pastore e Di María e terminou com seis gols de um futebol empolgante e, finalmente, eficiente. De quebra, a equipe de Tata Martino alcançou mais gols do que já tinha feito em toda a competição.

A decisão contra o Chile, amanhã, no Estádio Nacional, confrontará um duelo de jejuns de título: o de 22 anos, da seleção argentina, e o de 120 anos da seleção chilena. O papel de favorito, comprovado e aprovado, é da Argentina. Mas o Chile tem o estádio, a torcida e um time habilidoso. Como os chilenos têm dito a semana toda, “si, se puede”. 




Protestos na Avenida Libertador Bernardo O'Higgins


Hinchas chilenos lotando o Estádio Nacional de Santiago, em Chile x Uruguai


Laguna Sausalito


Sua Santidade o Papa Francisco em Argentina x Colômbia


Estádio Ester Roa, em Concepción


Pontapé inicial de Chile x Peru


Manchete do jornal uruguaio La Diaria, pedindo aos argentinos
que vençam os chilenos, em decorrência da 'dedada' de Jara.