Quer ver como o Brasil acelerou pra cima da França na semifinal? Clique aqui.
Em 12 de outubro de 1717, às margens do Rio Itaguaçu, três pescadores da vila de Guaratinguetá tratavam do almoço do Conde de Assumar, governador da província de São Paulo. Sem muito sucesso em boa parte do tempo, as redes lançadas nas águas trouxeram uma grata surpresa no fim da tarde: uma peça, em barro cozido, com 36 cm de altura. Os pescadores ainda acharam uma cabeça, separada do resto, e logo perceberam que se tratava da imagem de uma santa. Daquele dia em diante, os peixes, sempre escassos na região, começaram a aparecer em abundância.
Em 12 de outubro de 1717, às margens do Rio Itaguaçu, três pescadores da vila de Guaratinguetá tratavam do almoço do Conde de Assumar, governador da província de São Paulo. Sem muito sucesso em boa parte do tempo, as redes lançadas nas águas trouxeram uma grata surpresa no fim da tarde: uma peça, em barro cozido, com 36 cm de altura. Os pescadores ainda acharam uma cabeça, separada do resto, e logo perceberam que se tratava da imagem de uma santa. Daquele dia em diante, os peixes, sempre escassos na região, começaram a aparecer em abundância.
Do rio, a santa foi para uma casa. Da casa, para um
oratório. Do oratório, para uma capela, que cresceu e virou basílica. Aparecida
passou de povoado a município. E, em 16 de junho de 1930, o papa Pio XI
proclamou a santa como padroeira do Brasil.
Portando um manto azul, bordado em
ouro e pedrarias, símbolos da realeza da Princesa Isabel, de quem herdou a
coroa, Nossa Senhora Aparecida foi, para muitos supersticiosos, fator decisivo
na conquista do Brasil na Copa do Mundo de 1958.
Lance da final entre Brasil e Suécia: parece até montagem. |
Na véspera da decisão contra os donos da casa, o
impasse das camisas acabou forçando um sorteio para apontar quem jogaria de
amarelo: e deu Suécia. Na delegação brasileira ninguém havia previsto a
necessidade de um segundo uniforme, então foi preciso comprar às pressas um
jogo de camisas. A dúvida estava na cor —qualquer uma, menos branca.
Todos os seis gols de Pelé na competição foram marcados no segundo tempo. |
Com mais de 50 mil torcedores nas arquibancadas, a
Suécia começou o jogo da mesma forma que o Brasil contra a União Soviética e a
França: avassaladora. Logo aos 4min de jogo, Liedholm foi lançado, cortou Bellini
e Orlando e bateu no canto de Gilmar. O estádio Råsunda veio abaixo:
Suécia 1 a 0.
Mas o Brasil tinha Didi. O maestro carregou a bola nos
braços até o meio de campo, gritando pelo caminho ‘Vamos lá, acabou a moleza,
vamos encher esse gringos de gols’.
5min depois, o Brasil empatou. Garrincha cruzou da direita, Pelé não alcançou e
Vavá, antecipando a zaga, empurrou para as redes: 1 a 1.
Aos 32min, novamente com Garrincha escapulindo pela
direita, o Brasil chegou à virada. O ponta, endiabrado, cruzou forte e o
goleiro Svensson passou lotado, deixando o gol livre para Vavá fazer seu
segundo na partida. O placar parcial da decisão apontava 2 a 1 para o
Brasil, e a torcida sueca, que apoiou o time desde o pontapé inicial, começava
a ficar dividida.
O primeiro gol de Pelé foi literalmente de se tirar o chapéu. |
13 minutos depois da pintura, foi a vez da raça
assinar o gol brasileiro. Zagallo dividiu com dois suecos, ganhou e chutou,
caindo, por baixo do goleiro: 4 a 1. Simonsson diminuiu a 10 minutos do
fim, mas Pelé voltou a marcar, no último lance. Zagallo cruzou e o artilheiro
brasileiro completou de cabeça, meio sem jeito, o suficiente para encobrir o
arqueiro Svensson. A Seleção Brasileira repetia o placar das semifinais, 5 a 2,
e conquistava a Taça do Mundo — como era chamada à época, no Brasil.
Pelé marca o quinto e desaba no gramado: merecido descanso. |
A torcida sueca se rendeu ao talento da Seleção
Brasileira e aplaudiu de pé os novos campeões mundiais. Em retribuição, os
jogadores deram a volta olímpica com a bandeira da Suécia. Pelé, o jogador mais
jovem a conquistar a Copa do Mundo, chorava copiosamente.
A volta olímpica de agradecimento. |
Pelé nos braços de Gilmar e do povo. |
Buscando um melhor ângulo, a legião de repórteres pediu para o capitão Bellini levantar o troféu para o alto: o gesto passou a ser repetido por todos os campeões. |
O Rei Gustavo desceu da tribuna de honra para
cumprimentar pessoalmente os campeões. Porém, diante do garoto que acabara de
encantar o mundo, demorou-se um pouco mais. Sorridente, estendeu a mão ao
jogador, sem imaginar que, muito em breve, aquele seria lembrado como um
encontro de reis.
O rei da Suécia e o futuro rei do futebol. |
O final feliz daquela história de amor — entre o
Brasil e a Copa do Mundo — estava apenas começando.
Êh eta esquadrão de
ouro / é bom no samba, é bom no couro
Em pé: Djalma Santos, Zito, Bellini, Nilton Santos, Orlando e Gilmar; sentados: Garrincha, Didi, Pelé, Vavá e Zagallo. |
Pelé: o filho do Brasil com a Copa do Mundo. |