domingo, 6 de julho de 2014

4° de Final | Alemanha Acima de Tudo













Portugal tinha o melhor do mundo, e ficou pelo caminho. Gana engrossou o jogo e arrancou um empate; ficou pelo caminho. Os Estados Unidos, do alemão Klinsmann, se contentaram em ser coadjuvantes; ficaram pelo caminho. A Argélia foi valente, surpreendeu, e ficou pelo caminho. Até que veio a França, campeã do mundo, invicta e recheada de craques do calibre de Pogba e Benzema; ficou pelo caminho. Se tanta gente boa tem ficado pelo caminho, é porque quem pede passagem é a Alemanha.

Parece estar escrito no regulamento das Copas do Mundo: no momento da definição, a Alemanha chega sempre. São 13 semifinais em 18 participações, a quarta de maneira consecutiva — foi vice em 2002 e terceira colocada em 2006 e 2010. Ninguém, nem o Brasil, tem um retrospecto tão favorável de vitórias nas quartas de final. E quando o confronto é contra uma velha conhecida — e de certa forma freguesa —, as estatísticas comprovam ainda mais a superioridade tedesca.



Os franceses não queriam acreditar. Mais uma vez, estavam sendo eliminados pelos alemães. Se não bastassem a vergonha de Sevilha, em 82 (veja "O Casamento de Battiston"), e a derrota no Jalisco, em 86, agora era a vez de viverem o seu próprio "Maracanazo". Sob um sol escaldante no principal palco da Copa do Mundo, a batalha tática entre Löw e Deschamps deixou claro que a Alemanha estava solta no ataque e a França presa em lançamentos longos.

Os gauleses tiveram as primeiras chances com Benzema, mas a cobrança de falta de Kroos na esquerda encontrou a cabeça de Hummels, que selou o inevitável ainda no 13° minuto de partida. O jogo mudou. Em desvantagem, a França assumiu os riscos e deu o contra-ataque para a Alemanha. Em dois deles, Schürrle perdeu a oportunidade de liquidar a fatura — talvez ele quisesse mais emoção para o final do duelo.





















Aos 48 do segundo tempo, Benzema teve a bola do empate no pé esquerdo, mas Neuer, incólume, espalmou com a frieza de um grande goleiro. As feições do craque franco-argelino expressavam em silêncio a impotência diante de uma esplêndida defesa. Era fato consumado: a Alemanha se acostumou a vencer a França.

Porque não se pode com quem está acima de tudo no mundo — como diz a Canção dos Alemães. No mundo das Copas.