Entre o fim do século
VIII e o século XI, os Vikings invadiram, exploraram e colonizaram as costas da
Escandinávia, Europa Setentrional e ilhas Britânicas, tendo chegado à
Groelândia e à costa da América do Norte. Nascida após a queda de Roma, a
chamada “Era Viking” jamais enfrentou o Império Romano. Até que, na última
segunda-feira, dez séculos depois, encarou o que restou dele.
Aos cacos. É assim que
podemos definir a Squadra Azzurra desta década. Eliminada na primeira
fase das duas últimas Copas do Mundo, a Itália que entrou em campo contra a
Suécia buscava mais que uma vaga no Mundial; queria evitar um vexame ainda
maior: uma eliminação antes mesmo de a Copa começar.
Embalada por mais de
70 mil tifosi, a seleção italiana mostrou muita raça, mas também uma boa
dose de incompetência. Uma estranha sensação ficou no ar após o 0 a 0 em Milão:
de que os italianos não fariam um gol nem se jogassem mais um dia inteiro. 1 a
0 Suécia lá, 0 a 0 cá, tchau e bênção — do Papa, que também quase viu sua
seleção ficar de fora da Copa.
Pior do que quebrar
uma sequência de 14 participações consecutivas em Copas é ver o maior ídolo
recente do futebol italiano se aposentar de forma melancólica. Campeão mundial
em 2006, o goleiro Gianluigi Buffon provavelmente faria na Rússia sua última
aparição em Mundiais — a sexta e o recorde de participações.
A Suécia, por sua vez,
volta a disputar um Mundial após duas ausências seguidas. E vem com um
portfolio de respeito: despachou Holanda e Itália pelo caminho. E os suecos
podem comemorar ainda mais: esta semana, uma rádio francesa garantiu que a Copa
do Mundo de 2018 está, sim, nos planos de Zlatan Ibrahimović — ele se aposentou
da seleção sueca em 2016. O atacante, que se recupera de um rompimento de
ligamento cruzado do joelho direito, estaria preocupado em readquirir sua forma
física até junho do ano que vem.
Se a Suécia
surpreendeu ao eliminar a tetracampeã mundial, outra seleção escandinava não
ficou atrás. Numa partida agitadíssima, a Dinamarca aplicou uma acachapante
goleada sobre a Irlanda, em Dublin, na pior derrota do anfitrião em toda a
história em seus domínios: 5 a 1, de virada, com três gols de Eriksen. Mas
surpresa mesmo nessas Eliminatórias foi uma pequena ilha do Atlântico Norte. A
Islândia, semifinalista da Euro 2016, superou Croácia, Ucrânia e Turquia no
Grupo I e carimbou o passaporte para o Mundial no início de outubro.
Em junho, na Rússia,
veremos pela primeira vez na história das Copas a Escandinávia com três
representantes: Dinamarca, Suécia e Islândia. Só a Noruega não obteve a
classificação — chamar um finlandês de escandinavo é uma das maiores ofensas do
Mar do Norte.
Uma Nova Era Viking se desenha no horizonte: impondo o terror e causando a destruição dos adversários.
Uma Nova Era Viking se desenha no horizonte: impondo o terror e causando a destruição dos adversários.