A
partida entre Brasil e Peru, em Temuco, era o retorno oficial de Neymar à
Seleção — machucado, desfalcou o time nas semifinais e na disputa de terceiro
lugar da Copa, o que fez toda a diferença. E mais que esquecer o vexame do ano
passado, Neymar queria apagar outro fiasco: o da última Copa América, em 2011,
na Argentina.
Naquele
ano, Neymar já era “o cara” da Seleção, mas o desempenho abaixo das expectativas
levantou dúvidas quanto ao seu futuro. Depois de não conseguir marcar contra a
Venezuela (0 a 0), Neymar foi substituído contra o Paraguai, no empate por 2 a
2, sob vaias. Marcou duas vezes diante do Equador, na vitória por 4 a 2, e
ajudou o Brasil a se classificar para as quartas de final. Porém, no mata-mata voltou a ser substituído e assistiu do banco quatro cobranças de pênalti serem desperdiçadas
por seus companheiros — um papelão que marcou aquela geração.
Agora
era diferente. Um Brasil bem diferente. Mais organizado e rápido,
principalmente em relação àquele que se viu na Copa do Mundo. Mas que também
erra — e como erra. Foi assim no gol do Peru, logo a 2min, após o vacilo de David Luiz e a "assistência" de Jéfferson para Cueva. A mesma facilidade que o atacante peruano teve para abrir o
placar, Neymar teve para cabecear, sem marcação, e empatar a partida. O relógio marcava 4min. Era apenas o começo.
Dois
chapéus em sequência no peruano Advíncula, uma chute colocado no travessão e um
cartão amarelo por reclamação: Neymar esteve por toda parte e em todo lance durante os 90min, na
mais ampla evidência. E quando tudo parecia indicar um empate, ele mostrou
toda a sua genialidade: um passe preciso, no meio
da defesa peruana, que encontrou Douglas Costa, sozinho, para marcar o gol da
virada nos acréscimos. Um lance que lembrou o amigo Messi — a convivência certamente ajudou.
De
positivo, a 11ª vitória consecutiva de Dunga em seu retorno à Seleção. E
Neymar. Resta saber até quando o camisa 10 vai conseguir carregar o time
brasileiro nas costas. Porque não é só o favoritismo da Argentina que pesa.