Ele fez do Castelão
a sua fortaleza. Com punhos de aço, impediu a invasão brasileira em sua meta.
Guillermo Ochoa, ou "Memo", se preferir, estava em casa novamente. Se o goleiro
mexicano havia parado o ataque brasileiro na primeira fase, era totalmente possível
fazer o mesmo contra a Holanda nas oitavas. A bem da verdade, Robben e van
Persie passaram em branco. Mas nem sempre é com gol que um craque
desequilibra uma partida.
As coisas não começaram
bem para os laranjas. Um domínio campal como o do México no primeiro tempo e no início do segundo não
se via desde os tempos de Moteczuma II. Porém, assim como o imperador azteca,
que foi enganado por Cortez, os mexicanos acreditaram que sair na frente do marcador era um prenúncio da vitória.
O gol mexicano saiu aos 3 da etapa complementar, num bonito chute de Giovanni dos Santos. A vitória durou
até os 43. As mudanças de van Gaal depois da parada técnica — instituída a seu pedido — foram cruciais. Entre
elas, a entrada de Huntelaar no lugar do apagado van Persie. Depois de uma
cobrança de escanteio de Robben, o centroavante reserva ajeitou de cabeça para
o chute certeiro de Sneijder, como só um camisa 10 é capaz de executar: com efeito no peito do pé.
Quando tudo levava
a crer em uma desgastante prorrogação sob o forte calor de Fortaleza, Robben
arrancou com a bola, invadiu a área e foi derrubado por Rafa Márquez. Para
surpresa geral, o melhor jogador do time entregou a bola para Huntelaar, que
havia perdido nada menos que quatro de suas últimas cinco cobranças de pênalti.
Ele encarou a pressão
e a responsabilidade e bateu com convicção contra a muralha mexicana. Ochoa nem saiu na foto. A vitória de virada, em cinco minutos, colocou a Laranja nas quartas de final. Restou ao México a dor de cair pela sexta vez seguida nas oitavas de final.