quarta-feira, 4 de julho de 2018

Seguem os Líderes



Entre 1935 e 1991, Samara foi chamada de Kuibyshev, e uma de suas principais características eram as megaindústrias que alimentavam a União Soviética na corrida espacial com os Estados Unidos. Por ser fundamental para os interesses do país, a cidade ficou proibida de receber estrangeiros durante toda a Guerra Fria. Contrapondo-se à história, na última segunda-feira, a cidade aeroespacial russa foi invadida por brasileiros e mexicanos.

Sob forte calor, a Seleção Brasileira travou sua quinta batalha contra o México em Copas do Mundo. Mesmo sem nunca ter levado um gol do adversário, o último confronto estava engasgado na garganta dos brasileiros: um 0 a 0 teimoso, em Fortaleza, pela fase de grupos da Copa de 2014. E lá estavam eles, frente a frente novamente: Neymar e Ochoa.

No 1° tempo, com uma estratégia agressiva semelhante a do jogo contra a Alemanha, o México rondou a área brasileira, mas sem levar muito perigo. Já no 2° tempo, os mexicanos tentaram parar o camisa 10 do Brasil de todas as formas faltosas possíveis, até mesmo com um pisão, mas não contavam com a astúcia do brasileiro. No gol que abriu o caminho da vitória, Neymar deixou de calcanhar para o Foguetinho Willian e foi para a área receber o cruzamento — e fez, de carrinho, seu primeiro gol em uma fase de mata-mata em Mundiais. Depois, ele invadiu a área e serviu Firmino, quase nos acréscimos, que fechou o placar. Diferentemente de Cristiano Ronaldo e Messi, Neymar foi decisivo nas oitavas de final e segue adiante.


Com o gol contra o México, Neymar se isolou na 4ª posição como maior artilheiro da seleção brasileira, com 57 gols, atrás apenas de Zico (66), Ronaldo (67) e Pelé (95). O camisa 10 ajudou o Brasil a atingir um feito histórico: o seu 227º gol em Copas, um a mais que a Alemanha, tornando-se a seleção que mais gols fez em Mundiais.


















Se o Brasil se classificou com certa tranquilidade, o mesmo não pode ser dito de seu adversário nas quartas. Não teve gols no 1° tempo entre Bélgica e Japão, e a emoção ficou guardada para a segunda etapa. Os japoneses marcaram dois gols em 6min, mas enganou-se quem pensou que a fatura estava liquidada. A geração belga tratou logo de acalmar os ânimos e deixou tudo igual pouco mais de 20 minutos depois, com a boa e velha jogada área — um dos gols, inclusive, sem querer. E a virada veio no último lance da partida, aos 48min, num contra-ataque endiabrado, que terminou nos pés de Chadli e no gol da virada histórica.

Por fim, Colômbia e Inglaterra protagonizaram mais um daqueles jogos de tirar o fôlego nesta Copa do Mundo. Os ingleses venciam os colombianos por 1 a 0 — gol sabe de Kane? — até os 47min do 2° tempo, quando o ex-palmeirense Yerry Mina subiu no terceiro andar e, de cabeça, levou o jogo para a prorrogação. Nos pênaltis, porém, os ingleses foram mais eficientes e conquistaram seu primeiro triunfo na disputa na história dos Mundiais: perderam a semifinal de 1990 (Alemanha), as oitavas de 1998 (Argentina) e as quartas de 2006 (Portugal). Dentre tantas maldições nesta Copa do Mundo, esta da Inglaterra, pelo menos, deixou de existir.



No jogo que esclareceu que Suécia e Suíça não são o mesmo país, os nórdicos jogaram para o gasto e levaram a melhor. O chute de Forsberg desviou no zagueiro suíço Akanji e premiou quem foi mais ousado.







As quartas de final terão as oito seleções de melhor campanha na 1° fase. Essa superioridade ficou evidente mesmo nos confrontos em que o segundo de um grupo eliminou o primeiro de outro ­— a Rússia, por exemplo, fez melhor campanha na fase de grupos, como segunda colocada do Grupo A, que a Espanha, como primeiro do B. Bélgica e Uruguai, por outro lado, foram até agora impiedosamente eficientes: 100% de aproveitamento. Com três vitórias e um empate, Brasil, Croácia e França correm por fora no campeonato das estatísticas, mas são os que têm demonstrado um melhor futebol ao longo do torneio. Façam suas apostas.