Entre 1935 e 1991,
Samara foi chamada de Kuibyshev, e uma de suas principais características eram
as megaindústrias que alimentavam a União Soviética na corrida espacial com os
Estados Unidos. Por ser fundamental para os interesses do país, a cidade ficou proibida
de receber estrangeiros durante toda a Guerra Fria. Contrapondo-se à história,
na última segunda-feira, a cidade aeroespacial russa foi invadida por
brasileiros e mexicanos.
Sob forte calor, a
Seleção Brasileira travou sua quinta batalha contra o México em Copas do Mundo.
Mesmo sem nunca ter levado um gol do adversário, o último confronto estava
engasgado na garganta dos brasileiros: um 0 a 0 teimoso, em Fortaleza, pela
fase de grupos da Copa de 2014. E lá estavam eles, frente a frente novamente: Neymar
e Ochoa.
No 1° tempo, com uma
estratégia agressiva semelhante a do jogo contra a Alemanha, o México rondou a
área brasileira, mas sem levar muito perigo. Já no 2° tempo, os mexicanos tentaram
parar o camisa 10 do Brasil de todas as formas faltosas possíveis, até mesmo com
um pisão, mas não contavam com a astúcia do brasileiro. No gol que abriu o
caminho da vitória, Neymar deixou de calcanhar para o Foguetinho Willian e foi
para a área receber o cruzamento — e fez, de carrinho, seu primeiro gol em uma
fase de mata-mata em Mundiais. Depois, ele invadiu a área e serviu Firmino,
quase nos acréscimos, que fechou o placar. Diferentemente de Cristiano Ronaldo
e Messi, Neymar foi decisivo nas oitavas de final e segue adiante.
Se o Brasil se classificou com certa tranquilidade, o mesmo não pode ser dito de seu adversário nas quartas. Não teve gols no 1° tempo entre Bélgica e Japão, e a emoção ficou guardada para a segunda etapa. Os japoneses marcaram dois gols em 6min, mas enganou-se quem pensou que a fatura estava liquidada. A geração belga tratou logo de acalmar os ânimos e deixou tudo igual pouco mais de 20 minutos depois, com a boa e velha jogada área — um dos gols, inclusive, sem querer. E a virada veio no último lance da partida, aos 48min, num contra-ataque endiabrado, que terminou nos pés de Chadli e no gol da virada histórica.
Por fim, Colômbia e
Inglaterra protagonizaram mais um daqueles jogos de tirar o fôlego nesta Copa
do Mundo. Os ingleses venciam os colombianos por 1 a 0 — gol sabe de Kane? — até
os 47min do 2° tempo, quando o ex-palmeirense Yerry Mina subiu no terceiro
andar e, de cabeça, levou o jogo para a prorrogação. Nos pênaltis, porém, os
ingleses foram mais eficientes e conquistaram seu primeiro triunfo na disputa
na história dos Mundiais: perderam a semifinal de 1990 (Alemanha), as oitavas
de 1998 (Argentina) e as quartas de 2006 (Portugal). Dentre tantas maldições
nesta Copa do Mundo, esta da Inglaterra, pelo menos, deixou de existir.
As quartas de final
terão as oito seleções de melhor campanha na 1° fase. Essa superioridade ficou
evidente mesmo nos confrontos em que o segundo de um grupo eliminou o primeiro
de outro — a Rússia, por exemplo, fez melhor campanha na fase de grupos, como
segunda colocada do Grupo A, que a Espanha, como primeiro do B. Bélgica e
Uruguai, por outro lado, foram até agora impiedosamente eficientes: 100% de
aproveitamento. Com três vitórias e um empate, Brasil, Croácia e França correm
por fora no campeonato das estatísticas, mas são os que têm demonstrado um melhor
futebol ao longo do torneio. Façam suas apostas.