quarta-feira, 9 de julho de 2014

4° de Final | O Dedo de van Gaal













Dos quatro técnicos semifinalistas da Copa do Mundo, poucos conhecem tão bem o próprio elenco quanto o holandês Louis van Gaal. Desde o início da competição, sua arrogância anda lado a lado com sua competência, alternando declarações polêmicas e variações táticas bem sucedidas. O treinador se preparou para as mais diversas situações de jogo e suas substituições fizeram mesmo a diferença.

Contra a Austrália, lançou o jovem Memphis Depay para desarmar a retranca adversária e ele fez o gol da vitória. Depois, contra o Chile, van Gaal percebeu a fragilidade rival na bola aérea e colocou Leroy Fer, 1,88m, no lugar de Sneijder, 1,71m. Na primeira bola pelo alto, Fer marcou de cabeça — Depay, entrando de novo na segunda etapa, fez o segundo.

Nas oitavas, contra o México, a Holanda perdia até os 43 minutos do segundo tempo. O técnico tirou van Persie — mostrando a Parreira que, sim, pode-se tirar o craque do time mesmo nas adversidades — e colocou o contestado Huntelaar. O centroavante reserva deu o passe para o gol de Sneijder, aos 44, e cobrou, com extrema frieza, o pênalti que deu a vitória à Laranja — aos 48.





















Nas quartas, as qualidades defensivas da Costa Rica — a melhor defesa do torneio, com apenas dois gols sofridos — fizeram van Gaal lançar seu time à frente, com o atacante Kuyt mais uma vez na lateral-esquerda. A Holanda pressionou, botou duas bolas na trave dos ticos (Sneijder e van Persie), mas não conseguiu aumentar sua safra de gols, que estacionou nos doze. Muitos pensaram: "van Gaal, desta vez, não há o que fazer".

Mas ele tinha um trunfo. Na prorrogação. depois que Sneijder carimbou novamente a trave de Navas, o técnico mandou para o campo o goleiro Tim Krul no lugar de Jasper Cillessen, antevendo a disputa de pênaltis. O titular saiu contrariado, mas não deixou de torcer pelo companheiro, que pegou a primeira cobrança, de Bryan Ruiz. Os holandeses foram perfeitos com van Persie, Robben, Sneijder e Kuyt, e quando Krul defendeu o último pênalti, de Umañas — herói contra a Grécia  —, o mundo teve certeza de que van Gaal tomou a melhor decisão.

O que o holandês mostrou até aqui na Copa do Mundo prova que técnico ganha jogo, sim. Mas também perde.