Quando Hitler invadiu a União
Soviética, em 22 de junho de 1941, ele não fazia ideia de que seu maior
adversário seria o rigoroso inverno russo. Exaustas e mal preparadas, as tropas
alemãs foram massacradas e quase congeladas antes de serem afastadas definitivamente
da capital Moscou. 77 anos depois, a Alemanha voltou a sucumbir em solo russo; desta
vez, sob um calor de quase 30 graus e diante dos outrora fregueses México e
Coreia do Sul. O apagão alemão nos fez lembrar a França, em 2002, a
Itália, em 2010, e a Espanha, em 2014 — detentores do título que caíram na
primeira fase. Sim, foi um vexame histórico, mas nada marcou tanto esta Copa do Mundo quanto o Video
Assistant Referee — o popular VAR.
Jogadores alemãs lamentam chance desperdiçada. A partida foi uma revanche da semifinal da Copa de 2002, quando a então anfitriã Coreia do Sul foi eliminada pela Alemanha. |
A ideia de um árbitro de vídeo auxiliando o trio de dentro das quatro linhas tem ajudado os homens do apito em lances duvidosos, o que prova que a tecnologia é algo que o futebol não pode mais ignorar. Para você entender como o VAR tem sido importante nesta Copa, sem ele sete dos oito confrontos das oitavas-de-final teriam sido diferentes.
No Grupo B, a Espanha tem de agradecer
(e muito) ao VAR, que anulou um gol do Irã no final da partida e confirmou um
tento espanhol contra o Marrocos. Sem isso, a Fúria teria somado apenas dois
pontos, ficado em último lugar no grupo e cedido à vaga aos iranianos. Classificação
sem VAR: Portugal 7, Irã 4, Marrocos 3, Espanha 2.
Enrique Cáceres gesticula antes de consultar o VAR na partida entre Portugal e Irã. O árbitro paraguaio amarelou na hora de expulsar Cristiano Ronaldo. |
No Grupo C, o VAR interferiu na posição dos classificados. Na estreia, a França só venceu a Austrália graças a um gol de pênalti assinalado pelo VAR. Por outro lado, a Dinamarca empatou com a mesma Austrália porque sofreu um gol de pênalti marcado pelo VAR. Classificação sem VAR: Dinamarca 7, França 5, Peru 3, Austrália 1.
Já no Grupo F, a Suécia estreou com
vitória diante da Coreia do Sul com um gol de pênalti marcado pelo VAR. Se a
partida tivesse terminado sem gols, o México teria ficado em primeiro. Porém, o
maior momento do VAR foi no confronto entre alemães e sul-coreanos. O VAR
confirmou o primeiro gol dos asiáticos, que tinha sido anulado pela arbitragem,
sob alegação de impedimento. Foram os segundos mais tensos da história das Copas,
até que a confirmação do gol pôs fim às esperanças tedescas.
Por fim, no grupo E, a segunda
partida do Brasil na Rússia teve novamente o VAR como protagonista, com o
pênalti anulado sobre Neymar após a revisão da arbitragem. Sorte que, no final,
Coutinho e o próprio Neymar garantiram o triunfo canarinho.
Nem Cristiano Ronaldo, nem Messi, nem Neymar.
O craque da Copa é o VAR.
O craque da Copa é o VAR.
Oitavas-de-final com VAR (oficial):
França x Argentina
Uruguai x Portugal
Brasil x México
Bélgica x Japão
Espanha x Rússia
Croácia x Dinamarca
Suécia x Suíça
Colômbia x Inglaterra
Oitavas-de-final sem VAR
Dinamarca x Argentina
Uruguai x Irã
Brasil x Suécia
Bélgica x Japão
Portugal x Rússia
Croácia x França
México x Suíça
Colômbia x Inglaterra