quarta-feira, 25 de junho de 2014

Grupo B | De Letra na Copa






Na história recente de sucesso da seleção espanhola, nenhuma dupla foi tão vitoriosa quanto Fernando Torres e David Villa. Campeões da Europa e do mundo, Villa (59) e Torres (38) são os maiores artilheiros da Fúria, separados apenas por Raúl (44). Além disso, Torres marcou o gol do título, em 2008, e Villa foi um dos artilheiros da Copa de 2010. No entanto, com a queda de rendimento de Torres e o aparecimento de novos talentos, como Pedro e Diego Costa, a dupla acabou sendo desfeita. Depois disso, a Espanha nunca mais foi a mesma.

Em 2013, perdeu a Copa das Confederações de goleada para o Brasil. Em 2014, foi humilhada pela Holanda. Eliminada com a pior campanha do Mundial antes da última rodada, a Espanha enfrentou a Austrália ao menos para se despedir com o resto de honra que lhe sobrava. Para tanto, Vicente del Bosque reviveu a dupla que o consagrou como técnico.




















Lá estavam eles no gramado da Arena da Baixada. Municiados por Iniesta — em seu centésimo jogo pela Roja — Villa e Torres marcaram cada um o seu golzinho. Villa foi mais ousado, e completou de letra o cruzamento de Juanfran, após lançamento de Iniesta. Torres, mais objetivo, e tocou de chapa na saída do goleiro, depois da enfiada cirúrgica do camisa 6. Com outra assistência de Iniesta, Juan Mata completou o placar de 3 a 0 para uma Espanha de alma lavada.

A geração mais talentosa e vencedora da Espanha disse adeus ao bicampeonato mundial, mesmo jogando a sua melhor partida em muito tempo. Não por acaso, com Fernando Torres e David Villa juntos no ataque  — pela última vez.































Louis van Gaal reclamou dos horários dos jogos: queria saber por que o Brasil jogaria mais tarde, já sabendo quem seria o seu adversário. Depois, ele mesmo respondeu: "O Brasil não quer enfrentar a Holanda". Pode parecer arrogância do treinador holandês, mas ele sabe bem que tem em mãos um time capaz de acabar com a alegria de muitas torcidas — no caso, a torcida anfitriã.



















Os chilenos também sabem disso. Nas arquibancadas do Itaquerão, o mar vermelho era maior, mas dentro de campo a Laranja mostrou quem é que manda no Grupo B. Sem van Persie, ficou a cargo de Robben levar a Holanda a sua terceira vitória seguida na competição. A empolgação chilena acabou com os gols dos reservas Fer e Memphis Depay, no segundo tempo — o último após uma arrancada tradicional de Robben.

Os chilenos, que encantaram dentro de campo — principalmente contra a Espanha —, agora enfrentam o Brasil nas oitavas de final. A julgar pelo histórico do confronto em Copas, o conto de fadas não terá um final feliz.