
Os iranianos, que
não esconderam estar em campo só para se defender, resolveram se aventurar ao
ataque na segunda etapa. Sergio Romero foi finalmente testado na Copa, e se
saiu bem. A torcida mineira vibrou a cada decida perigosa dos persas, até que
um belo jogador adormecido despertou, no lance final, para salvar a pátria platina.
Um time que tem Messi
tem que acreditar. E, mesmo apagado durante 90 minutos, Lionel acreditou até o
fim. Nos acréscimos, pegou a bola no bico da área, levou para dentro, cortou e
bateu. A curva foi como sempre: sem defesa para qualquer goleiro no mundo — não
seria Haghighi a conseguir tal feito.
No sufoco e no
suor, Messi guardou seu segundo gol na Copa: no fundo da rede e da memória de
todos os torcedores, sejam eles argentinos ou não. Porque todo mundo sabe que a Argentina só venceu porque tinha Messi.
Se a Argentina tem
Messi, a Alemanha tem Klose. Diferente do argentino, o alemão-polaco nunca foi
eleito o melhor do mundo, mas ainda assim é o maior de todos. Artilheiro por
onde passa, Klose entrou no último sábado para o seleto grupo de "maiores artilheiros
da história da Copa", onde antes só havia Ronaldo, o Fenômeno.
A partida contra
Gana não parecia problema para uma Alemanha que vinha de goleada contra
Cristiano Ronaldo. Mas o primeiro tempo sem gols mostrou que os ganeses não eram
carta fora do baralho. Neuer, por exemplo, trabalhou mais que Dauda, o goleiro
africano. Mesmo assim, quando o pequenino Götze abriu o placar de cabeça / joelho
logo a cinco minutos do segundo tempo, os alemães tiveram a certeza da vitória.
Certeza que virou preocupação com o ímpeto ganês. Três minutos depois, Andre Ayew, só de cabeça, empatou o jogo. Não demorou muito, veio a virada. O passe de Lahn foi interceptado e a bola sobrou para Asamoah Gyan marcar pela terceira Copa seguida: 2 a 1. Aos 23 minutos, entre vaias, o telão do Castelão anunciou Miroslav Klose.
Bastaram dois
minutos. Schweinsteiger cobrou o escanteio, Höwedes desviou de cabeça e Klose
se atirou para, com a sola da chuteira, deixar tudo igual novamente: seu 15°
gol em Mundiais. Gana sentiu o golpe, até porque tivera chance de liquidar a
partida poucos segundos antes. No lance final, Thomas Müller cabeceou o ombro do zagueiro
Boye e caiu no gramado com o rosto ensanguentado. Ironia de um time que não deu
o sangue pela vitória.
Se a Argentina tem
Messi, se a Alemanha tem Klose, a Bósnia não tem ninguém para se salvar. Pelo
menos em sua primeira Copa do Mundo. A decepção bósnia na Arena Pantanal contrastou
com a primeira vitória nigeriana desde 1998, acabando com uma sequência de dois
empates e sete derrotas. O mérito nigeriano é ainda maior: ao lado do México, as
Super Águias ainda não sofreram gols no Mundial.