A
"venezuelofobia", também conhecida como "vinotintofobia", é
um medo persistente e irracional da seleção venezuelana de futebol, que
representa pouco ou nenhum perigo real, mas que, mesmo assim, provoca ansiedade
extrema. Segundo os laudos, a fobia teve início na Copa América de 1989, quando
o paciente "Seleção Brasileira" sofreu seu primeiro gol na história das
partidas contra a Venezuela, em Salvador — vitória brasileira por 3 a 1. De acordo
com o dr. Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira (1954—2011), autor
de um gol contra os venezuelanos, em 1981, o paciente reagiu bem durante os anos
subsequentes, impondo-se sobre o adversário e derrotando-o sempre por pelo menos
três gols de diferença em nove oportunidades. Até que, no dia 6 de junho de
2008, sofreu um ataque de pânico inesperado.
No
amistoso realizado em Foxborough, Estados Unidos, o paciente teve uma apresentação
apática e perdeu pela primeira e única vez na história para o time venezuelano
(2 a 0), no último jogo antes do início das Eliminatórias para a Copa de 2010.
O técnico era Carlos Caetano Bledorn Verri. Dunga, como é popularmente
conhecido, passou a carregar este estigma, passando a sofrer de venezuelofobia
desde então. Em 14 de outubro de 2009, em Campo Grande, o treinador
vinotintofóbico obteve outro resultado vexatório: o primeiro empate entre
Brasil e Venezuela na história (0 a 0).
Em
2010, Dunga e Seleção Brasileira foram isolados por medidas de
segurança, e ficaram afastados até 2014, quando voltaram a ter convívio social.
Aparentemente recuperada dos traumas, a dupla obteve 11 vitórias seguidas e um
tropeço diante da Colômbia, que reacendeu um medo há muito tempo adormecido.
Afinal, a decisão da vaga na segunda fase da Copa América de 2015 seria
disputada contra a Venezuela.
Sem
poder contar com Neymar, suspenso da competição, Dunga promoveu mudanças na
equipe: Robinho ganhou uma chance entre os titulares e Miranda, a braçadeira de
capitão. O Brasil começou melhor, marcando o primeiro gol logo a 8min, em
cobrança de escanteio de Robinho, que Thiago Silva pegou de primeira para fazer
um belo gol. Longe de ser brilhante, mas bem organizada e com vontade, a
Seleção Brasileira aumentou a vantagem no segundo tempo. Aos 6min, Willian fez
grande jogada pela esquerda e cruzou de três dedos para Firmino marcar. Com os 2
a 0 favoráveis no placar, a pressão pelo resultado positivo causou um frio na
espinha de Dunga. Não, não eram as baixas temperaturas na noite de
Santiago. Era medo mesmo.
A
venezuelofobia, acostumada a ser de longa duração, desta vez durou pouco mais
que 20min. Ainda assim, provocou intensas reações físicas e psicológicas no
time brasileiro, depois que Dunga colocou todos os zagueiros do elenco para
jogar. Marquinhos entrou na lateral direita, David Luiz, no meio, e a Seleção
Brasileira, em pânico. A atitude naturalmente chamou a Venezuela para o campo
de ataque, e o gol de Miku, aos 38min, por pouco não comprometeu o resultado
final da partida.
Hoje,
com a vitória e a classificação garantidas, o paciente passa bem. Aparentemente
curada da venezuelofobia, a Seleção Brasileira segue em observação. No próximo sábado,
teme-se que uma nova crise acometa a equipe: a "disputadepenaltifobia",
também conhecida como "paraguayofobia".