quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Herdeiros do Trono



A rotina do príncipe William é relativamente tranquila. Quando não está em casa com a mulher e o filho, viaja até a base militar britânica. Ele se apresenta às 7h, toma o breakfast com os oficiais, avalia as condições de treinamento aéreo e atende alguns telefonemas enquanto voa. À tarde, após um rápido almoço, escreve relatórios. Continua a atender ligações à noite e dorme na base, voltando para casa só no dia seguinte.

Do outro lado da cidade, Willian, um plebeu formado no “terrão” do Parque São Jorge, acorda cedo e vai para o treino de carro, apesar de morar a poucos quilômetros do estádio Stamford Bridge, em Chelsea. Almoça com os companheiros de equipe, participa de coletivas e conversa por telefone com a família nos intervalos. E quando não está jogando futebol, toca pandeiro e brinca com as filhas —gêmeas.

As diferenças entre William e Willian são muitas, a começar pelo título de nobreza de um e o recente título da Premier League de outro. Entretanto, nesta semana, Willian viveu um dia de rei ao comandar a Seleção Brasileira em sua primeira vitória nas Eliminatórias da Copa de 2018. Marcou duas vezes nos 3 a 1 sobre a Venezuela e assumiu o trono do Castelão, por ora, na ausência de Neymar.

Com três alterações (Alisson no gol, Felipe Luís na lateral esquerda e Ricardo Oliveira no ataque), o time de Dunga mostrou uma melhora significativa em relação à estreia, contra o Chile. Claro, o adversário não era lá essa coisas — a Venezuela jamais venceu o Brasil em jogos oficiais —, mas a ousadia, a movimentação e a marcação foram os pontos altos do triunfo brasileiro. O primeiro gol de Willian, logo aos 36 segundos de jogo, após um roubo de bola no meio-campo, foi prova disso. E num jogo relativamente fácil, sobrou espaço para alguns reencontros: de Kaká com a Seleção e de Ricardo Oliveira com os gols pela Amarelinha: o artilheiro do Campeonato Paulista e do Campeonato Brasileiro voltou a marcar depois de 10 anos.




















Num reino não muito distante, o Uruguai quebrou mais um jejum: depois de estrear com uma inédita vitória diante da Bolívia, em La Paz, a Celeste venceu sua segunda partida seguida, fato que não acontecia em Eliminatórias há 50 anos. Pior para a Colômbia, que não viu a cor da bola e foi goleada por 3 a 0. Sem Cavani e Suárez, ainda suspensos, os jovens Rolón e Abel Hernández comandaram o ataque do líder da competição — um gol para cada um e outro para o capitão Godín.





















Em Lima, o Chile mostrou que a boa fase vai de vento em popa. Se o ‘Rei Arturo’ não estava numa grande noite, Alexis Sánchez deu conta do recado. Com dois gols e uma assistência, ele foi o grande nome de ‘La Roja’ nos 4 a 2 sobre o Peru, no ‘Clássico do Pacífico’.

















Se Brasil, Uruguai e Chile tiveram seus protagonistas na noite do futebol sul-americano, a Argentina ficou devendo mais uma vez. No estádio Defensores del Chaco, em Assunção, os hermanos não saíram do zero contra o Paraguai, num jogo truncado, faltoso e de mau gosto. Sem ninguém que compensasse a ausência de Messi, sem vitórias e sem ter marcado gols até agora no torneio, sobrou para os argentinos o papel de bobos da corte.



















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