O que um pequeno
país no tamanho e na bola poderia fazer entre três gigantes do futebol mundial?
A pergunta, feita antes da Copa, tinha uma fácil resposta: nada. Hoje, porém, a
resposta é outra: um grande estrago. Depois de derrotar o Uruguai, a Costa Rica
venceu a Itália e se classificou para as oitavas-de-final de forma antecipada. De
quebra, "los ticos" eliminaram a Inglaterra e transformaram o jogo
entre a Celeste e a Azzurra no primeiro "mata-mata" da Copa. Se o
Grupo D é o da morte, problema dos campeões mundiais.
A Itália teve seus momentos, mas Balotelli desperdiçou três oportunidades claras de gol. Com Pirlo bem marcado, sobrou espaço no meio-campo para Bolaños e cia trabalharem as jogadas ofensivas. No final do primeiro tempo, Bryan Ruiz completou o cruzamento de Díaz e fez de cabeça, pouco depois do árbitro chileno Enrique Osses ignorar um pênalti claro de Chiellini em Campbell.
No segundo tempo, o
calor de quase 30°C esgotou a Itália, e as forças que faltaram em campo
sobraram nas arquibancadas. O que começou com gritos de "sí, se
puede" (sim, podemos) terminou com "olé" na tetracampeã. E sim,
eles podem mais.
Diz a lenda que
quem bebe da inspiração da Arena Fonte Nova faz muito gols. Holandeses e alemães
que o digam. Nesta sexta-feira, foi a vez dos franceses experimentarem o elixir
da bola na rede. Nem mesmo o ferrolho suíço foi capaz de evitar outra goleada
no estádio.
Tudo começou com o centésimo
gol da França em Copas: Giroud, de cabeça, aos 17 minutos. A Suíça errou a
saída de bola e, 38 segundos depois, Matuidi aumentou para 2 a 0. Atordoados,
os helvéticos se perderam em campo. Djourou derrubou Benzema na área; o próprio
Benzema cobrou, e Benaglio defendeu — a única alegria suíça no primeiro tempo. Aos
40, Valbuena fez o terceiro num contra-ataque muito rápido. A goleada por 3 a 0
na etapa inicial era só um aperitivo para o segundo tempo.
O massacre
continuou. Benzema fez o seu e Sissoko anotou mais um. Com 5 a 0 nas costas, a
Suíça resolveu jogar. Dzemaili, de falta, diminuiu e Xhaka marcou o segundo. A
França poderia ter feito o sexto, mas faltou bom senso ao árbitro holandês Bjorn
Kuipers, que encerrou a partida segundos antes de um golaço de Benzema.
A Suíça, que só
tinha levado um gol nos últimos sete jogos de Copa, conheceu o verdadeiro
significado de chocolate.
Sonhar não faz mal
a ninguém. E o Equador sonha alto. Com a goleada sofrida pela Suíça, a vitória
equatoriana sobre Honduras colocou o time na segunda posição do grupo. Os
hondurenhos saíram na frente na Arena da Baixada, em Curitiba, mas, em noite
inspirada, Enner Valencia marcou duas vezes e virou o marcador. Se sonhar é o lema equatoriano, Enner já tem três gols na Copa do Mundo.