Pode-se
até dizer que o Brasil é favorito para ganhar a Copa América, mas não dá para
afirmar que vai passar fácil pelas quartas de final. Depois de destroçar o Peru
por 5 a 0 no último sábado — disparada a melhor atuação brasileira na competição
—, o time de Tite terá pela frente um indigesto adversário, responsável pela
eliminação da Seleção nas últimas duas vezes em que esteve no mata-mata da Copa América,
ambas na fase de quartas de final: em 2011, na Argentina, e em 2015, no Chile. Nas duas oportunidades, a derrota saiu nos pênaltis. E sabe
para quem? Paraguai.
Pênalti
que o santista Derlis González desperdiçou contra a Argentina no empate por 1 a
1 em Belo Horizonte, pela 2° rodada do Grupo B — cobrança defendida pelo bom
goleiro Armani. Se tivesse convertido, a seleção paraguaia não teria entrado
para a história como uma das duas seleções que conseguiram avançar ao mata-mata
com apenas dois pontos somados na fase de grupos. O
México, em 1993, chegou até a final, quando perdeu para a Argentina, no último
título dos hermanos. Sim, é um recorde um tanto estranho para uma seleção de
futebol. Mas ainda mais estranho é perder duas Copas Américas seguidas, nos
pênaltis, para um rival sem peso — o Paraguai tem apenas uma vitória nos
últimos 18 jogos do torneio.
Se
o Brasil tem uma pedra no sapato pelo caminho, o atual bicampeão sul-americano,
o Chile, tem uma rocha inteira. A Colômbia, adversária de sexta-feira, em São
Paulo, não só é a única equipe com 100% de aproveitamento na Copa América, como
também não sofreu nenhum gol. A campanha cafetera desperta a confiança de
voltar a levantar a taça mais cobiçada do continente. Em 2001, no único título,
o desempenho na 1° fase foi parecido, com três vitórias e nenhum gol sofrido. Mas
o Chile, como já foi dito, é o atual detentor do caneco. Promessa de ser o melhor
jogo das quartas.
E o que dizer da Celeste, reconhecidamente uma seleção de brio? Depois de superar o mar
vermelho de chilenos no Maracanã, os uruguaios enfrentarão um Peru em frangalhos, depois
de ser goleado pela Seleção Brasileira. Pior para o time do técnico Gareca, que
vai ter pela frente os dois jogadores que mais finalizaram na 1° fase: os uruguaios
Suárez (18) e Cavani (12). A Argentina, por sua vez, não vai ter moleza contra
a Venezuela. Depois de passar 44 anos sem saber o que era ao menos um empate
contra os platinos, a seleção vinotinto, desde 2011, obteve duas vitórias e
dois empates em seis jogos no confronto. No último deles, em março deste ano,
os venezuelanos venceram por 3 a 1, em amistoso disputado em Madrid, com o
mesmo time-base da Copa América. Será que Messi vai conseguir furar o paredão venezuelano? Já se foi o tempo em que a Argentina era favorita. Ainda mais contra a Venezuela.