quarta-feira, 26 de junho de 2019

Meu Adversário Favorito




Pode-se até dizer que o Brasil é favorito para ganhar a Copa América, mas não dá para afirmar que vai passar fácil pelas quartas de final. Depois de destroçar o Peru por 5 a 0 no último sábado — disparada a melhor atuação brasileira na competição —, o time de Tite terá pela frente um indigesto adversário, responsável pela eliminação da Seleção nas últimas duas vezes em que esteve no mata-mata da Copa América, ambas na fase de quartas de final: em 2011, na Argentina, e em 2015, no Chile. Nas duas oportunidades, a derrota saiu nos pênaltis. E sabe para quem? Paraguai.




Pênalti que o santista Derlis González desperdiçou contra a Argentina no empate por 1 a 1 em Belo Horizonte, pela 2° rodada do Grupo B — cobrança defendida pelo bom goleiro Armani. Se tivesse convertido, a seleção paraguaia não teria entrado para a história como uma das duas seleções que conseguiram avançar ao mata-mata com apenas dois pontos somados na fase de grupos. O México, em 1993, chegou até a final, quando perdeu para a Argentina, no último título dos hermanos. Sim, é um recorde um tanto estranho para uma seleção de futebol. Mas ainda mais estranho é perder duas Copas Américas seguidas, nos pênaltis, para um rival sem peso — o Paraguai tem apenas uma vitória nos últimos 18 jogos do torneio.

Se o Brasil tem uma pedra no sapato pelo caminho, o atual bicampeão sul-americano, o Chile, tem uma rocha inteira. A Colômbia, adversária de sexta-feira, em São Paulo, não só é a única equipe com 100% de aproveitamento na Copa América, como também não sofreu nenhum gol. A campanha cafetera desperta a confiança de voltar a levantar a taça mais cobiçada do continente. Em 2001, no único título, o desempenho na 1° fase foi parecido, com três vitórias e nenhum gol sofrido. Mas o Chile, como já foi dito, é o atual detentor do caneco. Promessa de ser o melhor jogo das quartas.

E o que dizer da Celeste, reconhecidamente uma seleção de brio? Depois de superar o mar vermelho de chilenos no Maracanã, os uruguaios enfrentarão um Peru em frangalhos, depois de ser goleado pela Seleção Brasileira. Pior para o time do técnico Gareca, que vai ter pela frente os dois jogadores que mais finalizaram na 1° fase: os uruguaios Suárez (18) e Cavani (12). A Argentina, por sua vez, não vai ter moleza contra a Venezuela. Depois de passar 44 anos sem saber o que era ao menos um empate contra os platinos, a seleção vinotinto, desde 2011, obteve duas vitórias e dois empates em seis jogos no confronto. No último deles, em março deste ano, os venezuelanos venceram por 3 a 1, em amistoso disputado em Madrid, com o mesmo time-base da Copa América. Será que Messi vai conseguir furar o paredão venezuelano? Já se foi o tempo em que a Argentina era favorita. Ainda mais contra a Venezuela.