O Maracanazo está no texto anterior, "O Dia em que o Brasil Parou". Leia aqui.
Em comemoração ao 50° aniversário da FIFA, a Copa de 1954 foi realizada na Suíça, onde fica a sede da entidade. A escolha também levou em consideração a neutralidade do país durante a Segunda Guerra Mundial. Famosos por seus bancos, queijos, relógios e chocolates, os suíços também são conhecidos por sua diplomacia peculiar.
Em comemoração ao 50° aniversário da FIFA, a Copa de 1954 foi realizada na Suíça, onde fica a sede da entidade. A escolha também levou em consideração a neutralidade do país durante a Segunda Guerra Mundial. Famosos por seus bancos, queijos, relógios e chocolates, os suíços também são conhecidos por sua diplomacia peculiar.
Depois de grupos com apenas dois participantes, em 50,
a fórmula esdrúxula da edição de 54 chamou ainda mais atenção. Cada grupo tinha dois cabeças de chave que não se enfrentavam, assim como as
duas equipes restantes. Ao invés de três partidas (sistema ‘todos contra todos’),
as seleções jogariam apenas duas vezes.
Se o regulamento da Copa era confuso, o das
eliminatórias era bizarro. No grupo 6 da zona europeia, a Espanha venceu a
Turquia na partida de ida, em Madri, por 4 a 1. Na volta, em Istambul, os
turcos levaram a melhor: 1 a 0. Foi marcado um jogo-desempate, em Roma, que
terminou em 2 a 2. Como não havia ainda disputa de pênaltis, a vaga foi decidida no sorteio.
Um garoto italiano, Luigi Franco Gemma, com os olhos vendados, tirou o papel da Turquia das mãos do árbitro e, consequentemente, tirou a Espanha da Copa — o garoto acabou viajando para a Europa como mascote da seleção turca.
Após debutar, finalmente, nas eliminatórias — passou tranquilamente por Chile e Paraguai —, a Seleção Brasileira chegou à Suíça ainda sob os efeitos do ‘Maracanazo’, apesar de bastante festejada. Para tentar se reerguer, a CBD apelou para a superstição. Aposentou a camisa branca da final de 50, considerada azarada, e promoveu um concurso, em 1953, para escolher o novo uniforme.
Um garoto italiano, Luigi Franco Gemma, com os olhos vendados, tirou o papel da Turquia das mãos do árbitro e, consequentemente, tirou a Espanha da Copa — o garoto acabou viajando para a Europa como mascote da seleção turca.
Após debutar, finalmente, nas eliminatórias — passou tranquilamente por Chile e Paraguai —, a Seleção Brasileira chegou à Suíça ainda sob os efeitos do ‘Maracanazo’, apesar de bastante festejada. Para tentar se reerguer, a CBD apelou para a superstição. Aposentou a camisa branca da final de 50, considerada azarada, e promoveu um concurso, em 1953, para escolher o novo uniforme.
Jogadores brasileiros posam para as fotos com o novo uniforme da Seleção Brasileira. |
O vencedor foi o gaúcho Aldyr Garcia Schlee, um
brasileiro que torcia pelo Uruguai. Minimizando
suas preferências, o desenhista criou o uniforme que ficaria imortalizado anos
mais tarde: camisas amarelas e calções azuis. As novas cores inspiraram o
radialista Geraldo José de Almeida a criar o termo “seleção canarinho” durante
a Copa de 54.
O desenhista gaúcho e as três opções que apresentou ao cliente. |
Com a derrota na Segunda Guerra Mundial e o início da
Guerra Fria, a Alemanha foi dividida pelos Aliados em quatro zonas de ocupação militar;
as três a oeste formaram a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental,
uma democracia capitalista), enquanto a área ocupada pela União Soviética se
tornou a República Democrática da Alemanha (Alemanha Oriental, um estado comunista,
apesar do nome).
Sob a nova bandeira, a Alemanha Ocidental disputou as
eliminatórias contra Noruega e Sarre, equipe que representava um protetorado
francês dentro do território alemão. Os germânicos não tiveram dificuldades e
se classificaram para a Copa. Sem a condição de cabeça de chave, os alemães acabaram
caindo no grupo da poderosa Hungria.
Vice-campeã em 38 e campeã olímpica em 52, a seleção
húngara chegou à Suíça como a grande sensação. Sua fama era proporcional ao seu
futebol, o suficiente para conquistar o título. Invicta desde junho de 1950, os
magiares somavam, a um mês da Copa, 23 vitórias, 4 empates e 114 gols a favor.
O elenco contava com craques como Kocsis, Hidegkuti e Czibor, além de um gênio.
Baixinho e gordinho, Ferenc Puskás poderia facilmente
ser confundido com um motorista de táxi ou jornaleiro. Mas a habilidade ímpar
no pé esquerdo compensava o físico desprivilegiado. Crescido no Honved, time do
exército húngaro, e capitão da seleção, Puskás estava prestes a
escrever seu nome na história da Copa do Mundo de 54.
O 'Major Galopante' e sua patada atômica |
A "Batalha de Berna" é o próximo texto. Leia aqui.