O Mineirão, acostumado a vestir azul ou alvinegro, foi pintado de amarelo. Se dissessem que a partida era em Bogotá, ninguém acharia estranho. Os colombianos tomaram de assalto a capital mineira e fizeram o mesmo que os brasileiros em São Paulo e os chilenos em Cuiabá: cantaram o hino à capela. Sentado nas tribunas, Falcao García era um mero espectador. Mas sua força estava com os jogadores. Afinal, depois de 16 anos, a Colômbia estava de volta à Copa.
Aos 5 minutos de jogo, a seleção correspondeu em campo à euforia das arquibancadas. Armero completou o cruzamento de Cuadrado e fez o primeiro. Na comemoração, o lateral colombiano dançou uma versão atualizada do "Armeration", sucesso do jogador nos tempos em que atuava no Palmeiras. Téo Gutiérrez, substituto de Falcao, marcou o segundo, e James Rodríguez — o melhor em campo ao lado de Cuadrado — fechou a conta no minuto final. A festa estava completa em Belo Horizonte. Ou seria Bogotá?
Faixas, camisetas e até um "fantasma". As alusões ao Maracanazo eram tão inevitáveis quanto a autoconfiança. Para muitos torcedores no Castelão, sim, era possível repetir a estreia de 64 anos atrás, quando o Uruguai goleou a Bolívia por impiedosos 8 a 0. E mais do que isso: cumprir uma campanha igualmente vencedora e, uma vez mais, calar um estádio cheio de brasileiros. Entretanto, o primeiro passo foi em falso.
Luis Suárez, um herói
da estirpe de Gigghia, estava no banco, ainda se recuperando de uma cirurgia no
joelho. O Uruguai pareceu não sentir sua falta. Aos 21 minutos, Lugano foi
puxado dentro da área e Cavani cobrou com precisão. "Faltavam sete",
pensaram alguns fanáticos nas cadeiras brancas do Castelão. Vieram três —
nenhum para o lado celeste.
A Costa Rica voltou diferente do intervalo. As bolas aéreas passaram a assustar o time azul celeste e um garoto de 21 anos se transformou no tormento da zaga. Joel Campbell mostrou-se atrevido, incisivo e mortal — características muito apreciadas pelos uruguaios. Em três minutos, os "Ticos" viraram a partida. Primeiro com Campbell, que pegou a sobra na área e fuzilou. Depois com Duarte, cabeceando após o cruzamento. Aos 12 do 2° tempo, o Uruguai já estava entregue.
Recuado, Campbell continuou
atazanando a vida dos comandados de Oscar Tabarez. Aos 38, o garoto enfiou uma
bola perfeita entre Godín e Lugano para o gol de Ureña —ele havia acabado de
entrar. Os favoritos, derrotados, tiveram de ouvir de costarriquenhos e
brasileiros os humilhantes gritos de "olé". A expulsão de Maxi, no
finzinho, só confirmou a tarde infeliz da Celeste.
No chamado
"grupo da morte", o Uruguai perdeu uma vida. Restam duas. E olhe lá.
DE LETRA NA ARENA
Daniel e Gabriel Mourão no Mineirão
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