terça-feira, 8 de julho de 2014

4° de Final | Quem Não Chora Não Mama













Tal qual uma criança no colo da mãe, o Castelão embalou a Seleção. As cadeiras brancas foram tomadas pela febre amarela — a brasileira —, e o público se empenhou em empurrar os filhos da pátria dentro de campo. Sob uma nova canção de ninar, os mais de 60 mil torcedores entoaram "o Brasil vai ser campeão", e viram a seleção canarinho resumir o primeiro tempo em uma única palavra: massacre.

O Brasil começou a partida com a mesma intensidade que marcou a campanha vitoriosa na Copa das Confederações de 2013. A equipe sufocou a Colômbia em seu próprio campo e nem mesmo a boa fase dos sul-americanos foi capaz de equilibrar as ações. Aos 7, Neymar cobrou escanteio e a bola passou por todo mundo na pequena área; menos por Thiago Silva, que com o joelho botou para dentro. De jogador abalado e sentado sobre a bola para capitão aguerrido, Thiago apontou para o próprio peito e gritou "aqui é Brasil". E como era.






















Porém, no segundo tempo, o capitão bobeou. Ao atrapalhar a reposição de bola de Ospina, tomou o seu segundo cartão amarelo no torneio, que o tirou da semifinal e tirou Felipão do sério. Mas logo o técnico brasileiro voltou a sorrir. E que sorriso. David Luiz correu para a cobrança de falta com seus pés "dez para as duas" e bateu com extrema categoria. Ospina e a bola voaram ao mesmo tempo, mas a Brazuca, com efeito, foi mais rápida que o goleiro colombiano. Na comemoração, o zagueiro deixou claro que não há quem assimile mais o calor da torcida do que ele.





















Foi aí que a Colômbia acordou. O até então melhor futebol da Copa ainda tinha o que mostrar. Depois do gol anulado de Yepes, impedido, o jogo virou um drama. A dez do fim, Maicon cometeu seu único erro na partida e, com um passe errado, armou o contragolpe colombiano. Bacca foi derrubado na área por Julio Cesar, James bateu e fez seu sexto gol no Mundial. Com a bola debaixo do braço e um gafanhoto no ombro, o craque cafetero correu para o centro do campo literalmente carregando a esperança.

Esperança que desapareceu do rosto dos brasileiros aos 41 do segundo tempo. O joelho que trouxera alegria no gol de Thiago Silva causou tristeza quando Zúñiga acertou as costas de Neymar. O camisa 10 caiu aos prantos e saiu de maca direto para o hospital: fratura na terceira vértebra lombar e uma quase parada cardíaca em milhões de brasileiros. Por um lado, a perda de Neymar, por outro, a classificação para as semifinais depois de 12 anos.





















Se os críticos queriam um bom motivo para os jogadores chorarem, agora têm: a ausência do craque brasileiro no restante da Copa. Contra a poderosa Alemanha, nas semifinais, a Seleção terá pela frente o seu maior desafio nesta Copa do Mundo. Sem o seu capitão e o camisa 10, terá de se reinventar. Só resta chorar.

Chora, Brasil, porque o choro é livre, e só não chora quem não sabe o que significa disputar uma Copa do Mundo em casa.























DE LETRA NA ARENA


Michelle Ribeiro e Rodrigo Santana no Castelão







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