
O Brasil começou a
partida com a mesma intensidade que marcou a campanha vitoriosa na Copa das
Confederações de 2013. A equipe sufocou a Colômbia em seu próprio campo e nem
mesmo a boa fase dos sul-americanos foi capaz de equilibrar as ações. Aos 7,
Neymar cobrou escanteio e a bola passou por todo mundo na pequena área; menos
por Thiago Silva, que com o joelho botou para dentro. De jogador abalado e
sentado sobre a bola para capitão aguerrido, Thiago apontou para o próprio peito e
gritou "aqui é Brasil". E como era.
Porém, no segundo
tempo, o capitão bobeou. Ao atrapalhar a reposição de bola de Ospina, tomou o seu
segundo cartão amarelo no torneio, que o tirou da semifinal e tirou Felipão do sério. Mas logo o técnico brasileiro
voltou a sorrir. E que sorriso. David Luiz correu para a cobrança de falta com
seus pés "dez para as duas" e bateu com extrema categoria. Ospina e a
bola voaram ao mesmo tempo, mas a Brazuca, com efeito, foi mais rápida que o
goleiro colombiano. Na comemoração, o zagueiro deixou claro que não há quem
assimile mais o calor da torcida do que ele.
Foi aí que a Colômbia
acordou. O até então melhor futebol da Copa ainda tinha o que mostrar. Depois
do gol anulado de Yepes, impedido, o jogo virou um drama. A dez do fim, Maicon
cometeu seu único erro na partida e, com um passe errado, armou o contragolpe
colombiano. Bacca foi derrubado na área por Julio Cesar, James bateu e fez seu
sexto gol no Mundial. Com a bola debaixo do braço e um gafanhoto no ombro, o
craque cafetero correu para o centro do campo literalmente carregando a esperança.
Esperança que
desapareceu do rosto dos brasileiros aos 41 do segundo tempo. O joelho que
trouxera alegria no gol de Thiago Silva causou tristeza quando Zúñiga acertou as
costas de Neymar. O camisa 10 caiu aos prantos e saiu de maca direto para o
hospital: fratura na terceira vértebra lombar e uma quase parada cardíaca em milhões
de brasileiros. Por um lado, a perda de Neymar, por outro, a classificação para as semifinais depois de 12 anos.
Se os críticos
queriam um bom motivo para os jogadores chorarem, agora têm: a ausência do
craque brasileiro no restante da Copa. Contra a poderosa Alemanha, nas
semifinais, a Seleção terá pela frente o seu maior desafio nesta Copa do Mundo.
Sem o seu capitão e o camisa 10, terá de se reinventar. Só resta chorar.
Chora, Brasil, porque o choro é livre, e só não chora quem não sabe o que significa disputar uma Copa do Mundo em casa.
DE LETRA NA ARENA
Michelle Ribeiro e Rodrigo Santana no Castelão
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