sexta-feira, 4 de julho de 2014

8° de Final | A Filha de Di María













Agonia, tensão, nervos a flor da pele. Sentimentos comuns numa partida decisiva, ainda mais em se tratando de Copa do Mundo. No entanto, foi assim que Ángel Di María se sentiu em 22 de abril de 2013, muito antes do confronto contra os suíços. Mía, sua filha, nasceu prematura com apenas seis meses, sofreu complicações e, ao contrário do que a natureza manda, seguiu diretamente para a UTI, e não para os braços da mãe. Foram dois meses angustiantes, até que a menina teve alta.

Pouco mais de um ano depois, lá estava Mía, com a mãe Jorgelina, nas cadeiras brancas da Arena Corinthians. Mas, dessa vez, não era ela a razão da aflição no semblante de Di María. A Suíça havia restabelecido o "ferrolho" e estava levando a partida para a prorrogação.





















Jogando mal, a Argentina viu uma Suíça beirando a perfeição na defesa e traiçoeira nos contra-ataques. Contudo, as melhores oportunidades caíram nos pés sem competência de Drmić. Depois de Romero, no primeiro tempo, foi a vez de Benaglio fazer nome na etapa complementar. As subidas de Rojo deram uma opção a mais para os hermanos, mas as finalizações quase sempre paravam nas mãos do arqueiro suíço. O goleiro continuou mostrando serviço no tempo extra, nos chutes de Messi, Di María e quem mais quisesse testá-lo.

O relógio já apontava 13 do segundo tempo da prorrogação quando a bola caiu no pé de Messi. Apagado, ele partiu com ela, saiu do carrinho de Shaqiri e deu um tapa de lado para Di María, que ainda teve de esperar Higuaín, perdido no lance, sair da frente. O chute de canhota saiu colocado, rasteiro, num lance muito parecido com o gol de Rivaldo em 2002 contra a Inglaterra. Era o gol salvador.





















Di María correu para a torcida e procurou nas cadeiras aquelas que com as mãos ele mostrava todo o seu amor. Achou, e foi logo submerso num mar de jogadores que pularam sobre ele. Naquele momento, a Argentina viu o quanto é refém de seu(s) craque(s).

O suíço Dzemaili ainda tentou estragar a festa com uma cabeceada na trave no minuto seguinte, mas a sorte estava com os platinos: a bola voltou na perna do jogador e saiu. Ainda houve tempo para uma cobrança de falta de Shaqiri na meia-lua da grande área. O susto virou festa com a bola parando na barreira. Era o adeus heroico dos helvéticos.





















Se em 2013 Di María voltou para casa com o colo vazio pela ausência de sua filha, em 2014 a torcida argentina passou a carregá-lo nos braços, ao lado de seu filho predileto: Messi. A Argentina está nas quartas. Para a alegria da pequena Mía.


































DE LETRA NA ARENA

Leonardo Tahan e Rafael Bauer entre os hermanos.













3 comentários:

  1. Amanhã serei belga desde bebezinho. Minha final dos sonhos, ao contrário do que muita gente prefere, é entre Brasil e Costa Rica. QUANDO MAIS FÁCIL MELHOR!!! Mas se a Argentina conseguir derrotar a Bélgica, vou torcer pela Holanda contra a Costa Rica, pois os europeus têm mais chances de eliminar a Argentina na semifinal.
    Acho que a final menos emocionante da Copa, pra mim, seria entre Alemanha e Holanda, pois eu não teria muito pra quem torcer. Qualquer outra final me levaria a ter uma preferência.

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  2. Minha torcida, na ordem: Brasil > Bélgica > Holanda.

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  3. Por que a Argentina incomoda tanto os ufanistas patriotinhas? Será que é porque continua dando ênfase ao ataque, com criatividade no toque de bola, com dribles, com fome de gol? Características que a seleção da CBF abandonou há tempos, preferindo criar uma tática de abafa, vangloriando a defesa, as roubadas de bola, o corre-corre e a gana do sangue-na-veia.
    Ou será porque eles amam acima de tudo seu grande ídolo, Maradona? Enquanto os patriotinhas zombam constantemente do Rei eterno do futebol, Pelé?

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