Quando o uruguaio Gigghia
invadiu a área pelo lado direito da defesa brasileira e chutou entre a trave e
Barbosa, o fantasma apareceu. Mas ao contrário de outras assombrações, este não
provocou gritos; apenas o silêncio. Durante 64 anos, o Maracanã conviveu com o
espectro celeste, até que o Uruguai voltou a disputar uma partida de Copa do
Mundo no palco da tragédia. E graças a James Rodríguez — uma espécie de caça-fantasmas moderno —, a tão esperada revanche
da Copa de 50, entre Brasil e Uruguai, não acontecerá. O fantasma disse adeus.
O Maracanã estava
dividido. De um lado, a febre amarela em êxtase pela melhor seleção colombiana
da história das Copas. Do outro, a ira uruguaia estampada em cada máscara de
Suárez e nas faixas de desprezo contra a punição do jogador. Os sentimentos
puderam ser sentidos dentro de campo, o que tornou a partida tensa desde o
início.
A habitual força de
vontade uruguaia podia ser vista a cada dividida mais calorosa, contrapondo-se à tradicional habilidade colombiana. Dos pés de James (leia-se
"Rãmes") surgiu o melhor exemplo de como os cafeteros sabem tratar a
bola com carinho. Ele a matou no peito e, sem deixá-la cair, mandou de
canhota no gol de Muslera. A bola roçou o travessão e morreu na rede. Aos 28 do
primeiro tempo, o mundo assistia a um dos gols mais bonitos desta Copa do Mundo
— se não o maior.
A valentia uruguaia
contrastava com um time sem alma (Suárez), que lutava para manter o
fantasma vivo. Porém, o time de Jose Perkerman era muito superior. O segundo
gol, na etapa complementar, foi uma prova disso. A Colômbia rodou a bola de pé
em pé, até que Armero cruzou para Cuadrado, que ajeitou de cabeça para James,
na pequena área, marcar o seu quinto gol na Copa do Mundo — deixando para trás
ninguém mais ninguém menos que Messi, Neymar e Müller.
O fim do jogo foi
um alívio para o coração celeste. Naquela tarde, a Colômbia, com 100% de
aproveitamento, foi imbatível. Enquanto colombianos e uruguaios saiam de cena, cada qual com sua alegria ou tristeza, ao fundo, o Maracanã ria baixinho.
Uma seleção que chegou na Copa como fortíssima candidata ao título, principalmente por ter um grande craque no time. Teve uma estreia mais tensa do que se esperava, contra uma ex-nação iugoslava. O jogo teve até gol contra, mas a vitória saiu. No segundo jogo, seca de gols e ânsia pra balançar a rede até os minutos finais. Na terceira partida, vitória contra uma seleção africana numa atuação de gala do principal craque do time. Porém, nas oitavas-de-final passou por um inesperado aperto e teve que passar até por prorrogação. Por pouco não tomou um gol no minuto final de jogo, por causa de uma bola que bateu na trave. Mas, mesmo que aos trancos e barrancos, conseguiu chegar nas quartas-de-final. De qual seleção estou falando?
ResponderExcluirDos finalistas.
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