sábado, 7 de junho de 2014

Grupo F | Bósnia e Herzegovina

Zmajevi Dolaze: 

Os dragões estão chegando





Pode o futebol unir um país que ainda lambe as feridas de um conflito que dividiu vizinhos e ceifou a vida de mais de 200 mil pessoas? Parte dessa resposta começou a ser dada em uma fria noite de outubro em Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina.
Jovens muçulmanos e cristãos, os filhos caçulas de uma guerra fratricida que marcou a metade dos anos 90, olhavam mesmerizados para o telão colocado no centro histórico da capital. Com as mãos cruzadas sobre o peito, rezavam por um Deus diferente e um mesmo milagre: a classificação inédita de sua seleção para a Copa do Mundo.

E ela veio aos 22 minutos do segundo tempo em um cruzamento da esquerda do craque do time, Edin Džeko, que encontrou o pé certeiro de seu parceiro no ataque, Ibisević, e foi morrer no alto da rede lituana. Com o apito final, a alegria invadiu as ruas de Sarajevo, Banja Luka, Tuzla e tantas outras cidades bósnias. Era o fecho de uma campanha quase perfeita dos dragões, como os jogadores são carinhosamente chamados, com dez jogos e um único revés, contra a Eslováquia. A quarta melhor campanha da Europa, atrás apenas de Alemanha, Holanda e Bélgica, com um total de 30 gols marcados.

Com a classificação para a Copa, a alegria tomou conta das ruas de Sarajevo, vinte anos depois delas presenciarem a guerra.




















A explicação para essa fome ofensiva vem do banco. O técnico Safet Sušić foi um grande meio-campista, eleito pela revista France Football o melhor jogador da história do Paris Saint-Germain, deixando para trás craques brasileiros, como Raí e Ronaldinho Gaúcho. Na região dos Balcãs, o treinador de dragões é quase tão famoso quanto os vampiros.

ESSE É O CARA: Edin Dzeko recuperou a condição de titular do Manchester City nas últimas rodadas da Premier League. Com o título, chega com muita moral para, quem sabe, brigar pela artilharia. 



















Para pousar no Guarujá, sede escolhida pela delegação no Brasil, a Bósnia deixou pelo caminho Eslováquia, Lituânia, Letônia, Liechtenstein e Grécia. Fará o primeiro jogo de sua história em Mundiais num palco digno do momento histórico para o país. Terá pela frente a Argentina, de Lionel Messi, no Maracanã, pelo Grupo F.

É uma seleção que construiu seus sucessos a partir das cinzas de um país destruído e dividido, e que não parece estar disposta a ser uma mera coadjuvante na festa. A sabedoria aconselha não duvidar. O futebol é uma caixinha de surpresas e de dentro dela talvez já se possa ouvir o bater de asas atravessando o Atlântico.

FIQUE DE OLHO: Miralem Pjanic é quem faz a transição do meio-campo para o ataque. Com boa visão de jogo, também é chegado em marcar uns golzinhos.






















ESQUEMA TÁTICO: 4-4-2

Jogando no esquema 4-4-2, o time conta com meias habilidosos vindos de fora: Pjanić, da Roma, e Misimović, do chinês Guizhour Renhe, e os atacantes Ibišević, que defende as cores do Stuttgart, da Alemanha, e Džeko, do Manchester City, atual campeão inglês. 

4-4-2 (clique para ampliar)




















Clique para ampliar









Paulo Sancer,
publicitário com mais juízo que cabelo e que acredita que vai ter Copa






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