quinta-feira, 5 de junho de 2014

Grupo H | Coreia do Sul

O Caminho das Pedras




Quando se fala em Coreia do Sul, automaticamente se lembra de Coreia do Norte. É assim para quase todo mundo. Menos para os japoneses. Quando se fala em Coreia do Sul, eles se lembram de... pedras. Isso mesmo, pedras. Duras, frias e sem valor, fincadas entre os dois países no Mar Oriental. Você pode até achar que coreanos e japoneses — sem esquecer os chineses — são todos iguais, mas a verdade é que um japonês sabe muito bem diferenciar um coreano (do sul) das outras raças orientais: foram eles que "roubaram" as pedras.

São elas as protagonistas de outra disputa territorial envolvendo a Coreia do Sul. As pequenas ilhas de pedra, os Rochedos Liancourt, foram tomadas pelas tropas japonesas em 1910 e devolvidas em 1945. Ainda assim, os imbróglios continuaram. Chamadas de Dokdo (독도 獨島) pelos coreanos e Takeshima (たけしま 竹島) pelos japoneses, os Rochedos Liancourt fazem parte do Condado de Ulleung (província coreana) ao mesmo tempo em que pertencem à cidade de Okinoshima (um distrito japonês).


Os disputadíssimos Rochedos de Liancourt. A Coreia do Sul tem um destacamento policial em permanente vigília.























A confusão não para por aí. Na disputa do bronze nas Olimpíadas de 2012 entre Japão e Coreia do Sul, vencida pelos coreanos por 2 a 0, o volante Park Jong-Woo arrumou um cartaz com a torcida e o exibiu para as câmeras. Dizia "Dokdo é nosso" (aha uhu). A atitude lhe custou a medalha de bronze, além de reacender a chama da discórdia.

Por sorte, coreanos e japoneses estão bem distantes uns dos outros na tabela — só se enfrentariam numa semifinal, o que, convenhamos, é utópico demais. Na hospedagem também: Japão em Itu, interior de São Paulo, e Coreia do Sul em Foz do Iguaçu, no Paraná (uma distância em linha reta de cerca de mil quilômetros).


Jong-Woo segura o cartaz na festa da vitória. O comitê olímpico reteu a medalha do atleta por quatro meses.




















Longe das rixas geográficas, o futebol coreano chega renovado ao Brasil, reforçado pelos jovens atletas que conquistaram o bronze em Londres. Obra do técnico Hong Myung-Bo, desde os 17 anos ligado à seleção. Como jogador, disputou quatro Copas, a última delas como capitão — 2002, quando a equipe fez história ao chegar às semifinais do torneio.

Com a aposentadoria de Park Ji-Sung, outro Park leva nas costas o peso da responsabilidade: Park Chu-Young. E terá a companhia do jovem Son Heung-Min, destaque do Bayer Leverkusen. O camisa 10 coreano ainda não sabe se será titular, visto que passou a maior parte da última temporada no banco de reservas. Entretanto, o veterano de 28 anos e 62 partidas na seleção tem uma certeza: a Coreia do Sul será uma pedra no sapato de Bélgica e Rússia, favoritas do Grupo H.

Pedra.

FIQUE DE OLHO: Son Heung-Min pode jogar tanto no meio como no ataque. Sua versatilidade já despertou o interesse do Borussia Dortmund.



















ESQUEMA TÁTICO: 4-3-3

No time do técnico Hong Myung-Bo, que era zagueiro, os laterais não sobem ao ataque. Por isso, o meio-campo tem liberdade para avançar e os três atacantes não guardam posição, especialmente Son Heung-Min. 


4-3-3 (clique para ampliar)





















Histórico em Copas (clique para ampliar)










Marcelo Martensen,
publicitário, acredita na classificação da Coreia do Sul









Para ler sobre a Bélgica, de Cacá Zulino, clique aqui.
Para ler sobre a Argélia, de Rafael Bauer, clique aqui.
Para ler sobre a Rússia, de Andreas Toscano, clique aqui.



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