A situação está russa? Veremos.
Os russos podem ser
divididos em dois grupos: os que amam hóquei e apreciam futebol e os que amam
futebol e apreciam hóquei. Mas todos os russos amam o Brasil de alguma maneira.
Cada pessoa tem uma referência diferente, dependendo da idade e/ou da classe
social. Alguns mais velhos falam do "Café Pelé" (que era
contrabandeado no período soviético), outros falam do "Carnaval" (que
é sonho de consumo para muitos), e o restante fala de futebol.
Aqui o assunto
também varia de acordo com idade e classe social. Alguns dizem "Tostão,
Garrincha, Rivelino, Pelé" (nesta ordem, não me pergunte por que), outros
dizem "Ronaldo, Ronaldinho, Neymar", outros perguntam se os jogadores
que estão aqui (Wagner Love e companhia) prestam, outros perguntam sobre os
times "Santos, Corinthians, São Paulo". Independentemente de idade ou
classe social, o futebol brasileiro é unanimidade: todos gostam de assistir — consideram
nosso futebol uma arte, um balé — e acreditam que nós vamos levar o caneco.
ESSE CONHECE: Destaque russo na Euro 2012, Alan Dzagoev é o motorzinho do CSKA Moscou. |
Em relação à sua
própria seleção (e qualquer produto nacional que vai enfrentar competição em
nível internacional), o russo é extremamente cético e pessimista. Uma espécie
de autoproteção, caso a Rússia não vá bem. É o nosso "Eu já sabia".
Eles dizem: nosso time é ruim, nosso técnico não é russo, não temos plantel,
etc. E isso vale até para o esporte onde eles são bons: o hóquei.
A verdade é que
Fabio Capello, treinador italiano que substituiu o holandês Dick Advocaat,
depois do fracasso na Euro 2012, colocou a casa no lugar: nas Eliminatórias,
mandou Portugal de Cristiano Ronaldo para a repescagem e, ano passado, deu um
calor no Brasil em Wembley (levou o empate no finalzinho). Os novos talentos,
como o atacante Kokorin, aliados aos velhos medalhões, como o lateral Zhirkov, moldaram
o time à maneira do treinador: defesa forte e ataque incisivo.
FIQUE DE OLHO: A sensação russa tem só 23 anos: Aleksander Kokorin, do Dynamo de Moscou. |
Mas é
só a Rússia começar a ir bem (em qualquer coisa), para o nacionalismo
florescer. Aos poucos, você começa a ouvir "Somos os melhores",
"Ninguém pode conosco", "Tem chance", "Vamos
vencer". Jamais me esquecerei do dia em que a Rússia ganhou da favorita
Holanda por 3 a 1, na Euro 2008. A festa nas ruas foi digna de final de Copa do
Mundo. E a euforia para o jogo contra a Espanha foi quase igual ao marasmo
pós-jogo (3 a 0 nas semifinais). Vamos ver até onde a Rússia vai este ano.
ESQUEMA TÁTICO: 4-4-2
A Rússia de Capello se baseia em forte marcação e
contra-ataques. Kerzhakov e Kokorin são rápidos e, vez ou outra, recebem mais
que lançamentos de Dzagoev: recebem a visita do meia no campo de ataque.
Histórico em Copas* (clique para ampliar) |
Para ler sobre a Bélgica, de Cacá Zulino, clique aqui.
Para ler sobre a Coreia do Sul, de Marcelo Martensen, clique aqui.
Amei o artigo.
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