quinta-feira, 5 de junho de 2014

Grupo H | Rússia


A situação está russa? Veremos.



Os russos podem ser divididos em dois grupos: os que amam hóquei e apreciam futebol e os que amam futebol e apreciam hóquei. Mas todos os russos amam o Brasil de alguma maneira. Cada pessoa tem uma referência diferente, dependendo da idade e/ou da classe social. Alguns mais velhos falam do "Café Pelé" (que era contrabandeado no período soviético), outros falam do "Carnaval" (que é sonho de consumo para muitos), e o restante fala de futebol.

Aqui o assunto também varia de acordo com idade e classe social. Alguns dizem "Tostão, Garrincha, Rivelino, Pelé" (nesta ordem, não me pergunte por que), outros dizem "Ronaldo, Ronaldinho, Neymar", outros perguntam se os jogadores que estão aqui (Wagner Love e companhia) prestam, outros perguntam sobre os times "Santos, Corinthians, São Paulo". Independentemente de idade ou classe social, o futebol brasileiro é unanimidade: todos gostam de assistir — consideram nosso futebol uma arte, um balé — e acreditam que nós vamos levar o caneco.

ESSE CONHECE: Destaque russo na Euro 2012, Alan Dzagoev é o motorzinho do CSKA Moscou.  

Em relação à sua própria seleção (e qualquer produto nacional que vai enfrentar competição em nível internacional), o russo é extremamente cético e pessimista. Uma espécie de autoproteção, caso a Rússia não vá bem. É o nosso "Eu já sabia". Eles dizem: nosso time é ruim, nosso técnico não é russo, não temos plantel, etc. E isso vale até para o esporte onde eles são bons: o hóquei.

A verdade é que Fabio Capello, treinador italiano que substituiu o holandês Dick Advocaat, depois do fracasso na Euro 2012, colocou a casa no lugar: nas Eliminatórias, mandou Portugal de Cristiano Ronaldo para a repescagem e, ano passado, deu um calor no Brasil em Wembley (levou o empate no finalzinho). Os novos talentos, como o atacante Kokorin, aliados aos velhos medalhões, como o lateral Zhirkov, moldaram o time à maneira do treinador: defesa forte e ataque incisivo.

FIQUE DE OLHO: A sensação russa tem só 23 anos: Aleksander Kokorin, do Dynamo de Moscou.





















Mas é só a Rússia começar a ir bem (em qualquer coisa), para o nacionalismo florescer. Aos poucos, você começa a ouvir "Somos os melhores", "Ninguém pode conosco", "Tem chance", "Vamos vencer". Jamais me esquecerei do dia em que a Rússia ganhou da favorita Holanda por 3 a 1, na Euro 2008. A festa nas ruas foi digna de final de Copa do Mundo. E a euforia para o jogo contra a Espanha foi quase igual ao marasmo pós-jogo (3 a 0 nas semifinais). Vamos ver até onde a Rússia vai este ano.


ESQUEMA TÁTICO: 4-4-2

A Rússia de Capello se baseia em forte marcação e contra-ataques. Kerzhakov e Kokorin são rápidos e, vez ou outra, recebem mais que lançamentos de Dzagoev: recebem a visita do meia no campo de ataque. 












Histórico em Copas* (clique para ampliar)


 A Rússia herdou o histórico em Copas da União Soviética.



Andreas Toscano,
publicitário, mora em Moscou há sete anos










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