sexta-feira, 27 de junho de 2014

Grupo D | Beijinho no Ombro















Uma famosa série de TV apresenta um mundo apocalíptico dominado por seres que se alimentam de carne humana. Pode parecer só ficção, mas a realidade não está tão longe disso. Relatos de canibalismo, ainda que raros, geram grande repercussão pela crueldade com que são cometidos. No mais recente deles, um homem foi morto pela polícia por se negar a parar de comer quase todo o rosto de sua vítima. Pensar que o futebol está a salvo desse tipo de barbárie pode até parecer absurdo, mas a Copa do Mundo está aí para provar que o sabor — e o dissabor — de uma mordida tem suas razões e consequências.

A tensão da partida disputada em Natal é um bom indício: uma batalha entre duas seleções acostumadas a dramalhões épicos, onde só um continuaria vivo. A Itália, que só precisava do empate, entrou para se defender, desperdiçando o talento de Pirlo. Balotelli, sumido, nem voltou do intervalo. A Azzurra jogava literalmente com o regulamento debaixo do braço. Para piorar, Marchisio foi expulso no início do segundo tempo, após entrar de sola em Arévalo Rios.



















Para o Uruguai, só a vitória interessava. Foram inúmeras chances com Suárez, Cavani e Cristian Rodríguez, até que aos 30, o camisa 9 teve a maior de todas elas, frustrada pelo braço providencial do milagroso Buffon. Destemperado, Suárez, aos 35, foi em direção a Chiellini, mordeu o ombro do zagueiro e levou uma cotovelada. O lance passou batido pela arbitragem, mas não pela FIFA. O gol veio logo depois, aos 36, com Godín cabeceando de costas no escanteio. A Itália foi embora, com Pirlo e Buffon deixando saudades. Dois dias depois, Suárez também foi. Por ser reincidente, pegou nove partidas e quatro meses de suspensão. Uma decisão, no  mínimo, exagerada.





















Não há dúvidas da genialidade de Luis Suárez, artilheiro da última Premier League e deus máximo da Celeste Olímpica. Ele, que por pouco não perdeu o Mundial, e talvez tivesse sido melhor assim, do que ficar tanto tempo longe de qualquer atividade ligada ao futebol. Do joelho à mordida, um fim de Copa indigesto para o artilheiro que tem fome não só de gols.












































Sob os olhares atentos do príncipe Harry, o English Team jogou por sua honra num Mineirão tomado pelos costarriquenhos. Mas por mais que o time tenha tentado vazar a meta de Keylor Navas, não foi possível evitar o empate e, consequentemente, a pior campanha da Inglaterra na história das Copas. Resta aos bretões apostar nos jovens valores desta geração, como Sturridge, Welbeck e Sterling, para a Copa de 2018.

No fim, a Costa Rica, grande surpresa da competição, se mostrou satisfeita com o placar. Para quem chegou eliminada num grupo com três campeões do mundo, sobreviver de forma invicta já é um título.





























CLASSIFICAÇÃO FINAL


















DE LETRA NA ARENA


Rodrigo Santana na Arena das Dunas







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