Por Christian
Com 24 gols em 58
partidas, Christian Benítez, também conhecido por 'Chucho', é o terceiro maior
artilheiro da seleção equatoriana. Peça-chave do time nas Eliminatórias, marcou
quatro gols na campanha da classificação para a Copa, sendo o último deles na
goleada contra o Paraguai por 4 a 1, que acabou de vez com as esperanças de
Larissa Riquelme voltar a ser uma celebridade mundial. Benítez disputou sua
última partida pelo selecionado do Equador há exatamente um ano. Desde então, jamais
foi convocado novamente. E nem pudera. Christian faleceu em julho de 2013.
Vítima de um ataque
do coração no meio da madrugada, o atacante equatoriano entrou para a lista de
jogadores prematuramente mortos pelo mau funcionamento do órgão. Casos como o
dele, infelizmente, são comuns no futebol. Quem não se lembra do camaronês Marc-Vivién
Foé desmaiando no meio do gramado na semifinal da Copa das Confederações de
2003? E, mais ainda, do zagueiro Serginho, do São Caetano, que desabou em campo
numa partida do Campeonato Brasileiro, em outubro de 2004.
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Christian Benítez (no centro) comemora o seu último gol pela seleção equatoriana. |
Nesta Copa do
Mundo, todos os jogadores passarão por exames cardíacos, ainda que não se saiba
com clareza quais medidas a serem tomadas em caso de risco de morte. Até porque
seria realmente desastroso para a FIFA — que só pensa em si — algum atleta
perder a vida diante de milhões de telespectadores no mundo todo.
De certo, o Equador vem ao Brasil fragilizado não só pela perda de seu centroavante, mas também pela ausência de
sua principal arma: a altitude. A equipe conquistou suas sete vitórias nas
Eliminatórias jogando em casa, enquanto como visitante perdeu cinco das oito
partidas. O estádio Atahualpa, em Quito, está localizado a 2.850 metros de
altitude, e jogar lá nunca foi fácil nem para Brasil, nem para Argentina, nem para ninguém.
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ESSE É O CARA: Felipe Caicedo foi o artilheiro do Equador nas Eliminatórias, com 7 gols. |
Fora isso, o
Equador é um time comum. É difícil acreditar que possa fazer algo além de
brigar com a Suíça pela segunda colocação do Grupo E. Os destaques existem, é
verdade, mas Antonio Valencia, de um Manchester United em decadência, não é
capaz de desequilibrar uma partida. No ataque, Felipe Caicedo terá que se virar
sozinho sem a presença do amigo e ex-companheiro Cristian
"Chucho" Benítez.
"Um
compromisso, uma paixão, um coração. Tudo por você, Equador". É o que diz
a mensagem gravada na lataria do ônibus que levará a seleção para lá e para cá
durante o Mundial. Mas certamente todos os jogadores que se sentarem lá dentro
pensarão consigo mesmo: "Tudo por você, Chucho".
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FIQUE DE OLHO: Enner Valencia chegou à seleção como reserva e virou o substituto de Benítez. |
NO ESQUEMA: 4-2-3-1
O técnico Reinaldo
Rueda armou uma equipe com meias ofensivos, que dão combate logo na saída de
bola do adversário. O volante Noboa sobe bem ao ataque e costuma deixar os
seus. Com dois Valencias caindo pelas pontas, Caicedo, isolado, fica responsável
por botar a bola para dentro.
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4-2-3-1 (clique para ampliar) |
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Histórico em Copas (clique para ampliar) |
Marcelo Martensen,
publicitário, estava no Morumbi no dia da morte de Serginho
27/10/2004 – São Paulo x São Caetano (Campeonato Brasileiro)
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