domingo, 8 de junho de 2014

Grupo E | França

Eu não acreditava na França






Confesso que não esperava a classificação da França para a Copa do Mundo. O grupo, com a favorita Espanha, praticamente condenava os azuis à repescagem europeia. Porém, aos poucos o time mostrou que poderia surpreender. O empate histórico contra a fúria, em Madrid, aos quarenta e nove do segundo tempo, na quarta rodada, foi um sinal.

A irregularidade dos franceses foi comprovada no empate com a Geórgia e na pipocada para a Espanha, em Paris. A derrota por 1 a 0, gol de Pedro, obrigou a equipe a encarar a Ucrânia no mata-mata. Com melhor campanha, ganhou o benefício de decidir em casa e não fosse o auxílio da torcida dificilmente a seleção estaria hoje qualificada para a Copa no Brasil. Derrota por 2 a 0 em Kiev e resultado revertido em Paris. O placar de 3 a 0 teve a marca do zagueiro Sakho (uma espécie de Ronaldão francês), do Liverpool: ele fez o primeiro e participou efetivamente no terceiro.

A festa francesa em Paris. Os azuis, que não vieram em 50, correram o risco de ficar fora outra vez de uma Copa aqui.


















Continuo não acreditando


Se eu não acreditava na classificação para a Copa continuo não acreditando muito na seleção para o Mundial. Apesar de estar num grupo relativamente fácil, com Honduras, Suiça e Equador, não sinto o time à vontade. O ponto forte da equipe, sem dúvidas, é o meio-campo, mesmo sem a experiência de duas Copas de Frank Ribèry, cortado por um problema de lombalgia.

Pogba é candidato à revelação. O volante do Juventus está sempre nas listas de contratações dos grandes do futebol mundial. E ao lado de Matuidi, eficiente marcador do Paris Saint-Germain, forma um meio-campo de respeito. Completam o meio-campo, Valbuena e Cabayet. Valbuena é aquele tipo de jogador que sabe explorar a boa colocação dos atacantes; Cabayet é limitado e quase sempre reserva no PSG. Na frente, Benzema deve ter a companhia de Giroud para as jogadas aéreas.

FIQUE DE OLHO: Paul Pogba, 21 anos, foi formado nas categorias de base do Manchester United. Marca bem, chega ao ataque e é fazedor de gols.























Errou, Professor


O meia Nasri, articulador do campeão inglês Manchester City, não foi convocado por Deschamps. Alguns dizem que ele iria prejudicar o ambiente do grupo. Tudo começou durante a última Eurocopa: após ser substituído na eliminação para a Espanha, Nasri dirigiu ofensas à torcida. Ficou um tempo sem ser chamado e quando retornou teria causado outras intrigas. Ali a porta se fechou e jamais se abriu novamente. A não convocação de Nasri revoltou a indignada namorada do atleta. Ela não poupou ofensas nas redes sociais. Cá entre nós, eu teria chamado o meio-campista.

Se não for primeiro, complica


Passando de fase, o time terá pela frente adversários do grupo da Argentina. E é bom ficar em primeiro caso sonhe com as quartas. Os argentinos, sem dúvida, são favoritos ao título. Se tiver a melhor campanha da chave, os franceses irão encarar,  provavelmente, a Bósnia. Aí a França assume o papel de favorita e, caso alcancem a classificação, o caminho óbvio é enfrentar a Alemanha. Uma boa oportunidade dos "Bleus" vingarem as eliminações para os rivais nas copas de 82 e 86.


ESSE É O CARA: Karim Benzema está em grande fase e com moral. Foi campeão europeu com o Real Madrid. Na falta de Ribèry, todas as atenções (e responsabilidades) se voltam para o camisa 10.

















NO ESQUEMA: 4-4-2



O técnico Didier Deschamps montou uma equipe forte na marcação, com três volantes e um meia de criação. O apoio dos laterais é fundamental para os atacantes: Benzema e Giroud, fortes nas bolas aéreas.


4-4-2 (clique para ampliar)





















Histórico em Copas (clique para ampliar)










Fabricio Bosio,
jornalista esportivo da TV Record e TV Band







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