domingo, 8 de junho de 2014

Grupo E | Suíça

Queijo, Tempo e Retranca





Considerada em 2013 o melhor país para nascer, a Suíça é tida como o sonho de consumo de casais inebriados pelo fogo da paixão, de esquiadores e amantes do clima frio. É cantada em verso e prosa como o lugar dos que buscam segurança e bons investimentos, ou, melhor dizendo, dos que se julgam com potencial para desfrutar de uma vida rica baseada em posses e consumo. Quem nunca ouviu alguém dizer "se eu ganhar muito dinheiro, me mudo para a Suíça", ou "não saia com este relógio de ouro; não estamos na Suíça" ou "quer respirar ar puro, vá para a Suíça". 

Diante da crise econômica que assola a Europa e mesmo com grande parte de seu território coberto por florestas, montanhas e lagos, o país se mantém economicamente estável e sustentado pelo setor bancário, seguradoras e, é claro, pelo turismo.






















Também conhecida pela excelência de seus relógios, tidos como os mais pontuais do mundo (contrastando com o moderador deste site), e pela fama de seus saborosos queijos, futebolisticamente falando-se a Suíça nunca chamou muito a atenção. Em 1954, sediou uma excelente e imprevisível Copa do Mundo, onde uma grande potência do futebol começou a mostrar as suas armas: a temida Alemanha, então somente ocidental, que bateu o esquadrão húngaro de Puskas e levantou o seu primeiro caneco.

Em 54, a Suíça acabou eliminada nas quartas de final em um jogo maluco, como era comum naquele tempo, ao perder por 7 a 5 para a Áustria, berço do carismático, temível, inescrupuloso e monstruoso Adolf Hitler. Os dois países voltaram a se encontrar em 2008, quando sediaram em conjunto a Eurocopa — infelizmente, não passou da fase de grupos.
Na verdade, sua grande conquista no futebol acabou sendo o seu poderio defensivo.


Em 2006, conseguiu a proeza de ser eliminada sem sofrer gols e saiu, portanto, invicta. Em 2010, o time alvirrubro conseguiu outra proeza: derrotar a Espanha, que viria a ser campeã. Entretanto, a equipe não conseguiu repetir o brilho defensivo de 2006 e, contando com sua histórica deficiência ofensiva, caiu ainda na primeira fase ao empatar com Honduras por um óbvio e costumeiro 0 a 0. 

Espero que o editor do site coloque a foto dos espanhóis desesperados ao sofrerem o gol do esforçado Gelson Fernandes. (feito)

















Em 2014, a Suíça figurará no Grupo E, ao lado de Equador, França e de seu algoz: Honduras. De acordo com a lógica deve brigar com o Equador pela segunda vaga. Porém, em um torneio curto e com um clima que pode variar entre as quatro estações num mesmo dia, tudo pode acontecer.

Apesar de não contar mais com Nkufo e Frei, a Suíça possui alguns jogadores que têm chamado atenção e, por isso, é tida como uma seleção em ascensão. Os veteranos Benaglio (goleiro), Senderos (zagueiro careca e lento), Fernandes (o talismã) e Barnetta (meia) levam sua experiência para os jovens valores do time, como o meia Granit Xhaka.

FIQUE DE OLHO: O veloz e criativo Xhaka tentará confirmar a excelente temporada que teve no Borussia Moechengladbach, da Alemanha.  


















O maior destaque nominalmente do time suíço é o impetuoso e abusado Xherdan Shaqiri, meia de velocidade do multicampeão Bayern de Munique. Porém, como sempre, é no ataque que os problemas aparecem. O fraco Seferović será o centroavante, visto que as demais opções (Drmić, Mehmedi e Gravanović) não inspiram confiança. Mas jamais subestime a seleção suíça, até porque a equipe é comandada pelo genial e genioso alemão Ottmar Hitzfeld.

Se me perguntarem se mesmo assim eu colocaria fé nesse time, eu responderia que, em outra esfera da realidade, sim. Mas nesta Copa do Mundo dos estádios superfaturados, sinceramente, não.

ESSE CONHECE: o baixinho e troncudo Shaqiri é reserva no poderosíssimo Bayern de Munique. Mas quando entra sempre deixa a sua marca.































NO ESQUEMA: 4-2-3-1

A Suíça deve jogar no 4-2-3-1, que pode variar para o 4-5-1, apesar de que em alguns momentos da partida o time abre dois pontas, transformando o esquema em um 4-3-3 clássico.

4-2-3-1 (clique para ampliar)





















Histórico em Copas (clique para ampliar)










Luís Felipe Canto,
advogado
e amante de times aplicados taticamente, que conseguem
se defender dos tecnicamente superiores e surpreendê-los



[Nota do Autor: Gostaria de agradecer ao administrador e fundador do site a oportunidade de escrever nesse cultuado espaço; sem dúvida, a melhor fonte para quem quiser ficar por dentro das novidades desta Copa e da história de todas as outras. Sinto-me honrado em figurar ao lado de notórios conhecedores desse esporte que tanto amamos, apesar de tudo.]






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