Queijo, Tempo e Retranca
Também conhecida pela excelência de seus relógios, tidos como os mais pontuais do mundo (contrastando com o moderador deste site), e pela fama de seus saborosos queijos, futebolisticamente falando-se a Suíça nunca chamou muito a atenção. Em 1954, sediou uma excelente e imprevisível Copa do Mundo, onde uma grande potência do futebol começou a mostrar as suas armas: a temida Alemanha, então somente ocidental, que bateu o esquadrão húngaro de Puskas e levantou o seu primeiro caneco.
Em 54, a Suíça acabou eliminada nas quartas de final em um jogo maluco, como era comum naquele tempo, ao perder por 7 a 5 para a Áustria, berço do carismático, temível, inescrupuloso e monstruoso Adolf Hitler. Os dois países voltaram a se encontrar em 2008, quando sediaram em conjunto a Eurocopa — infelizmente, não passou da fase de grupos.
Na verdade, sua grande conquista no futebol acabou sendo o seu poderio defensivo.
Em 2006, conseguiu a proeza de ser eliminada sem sofrer gols e saiu, portanto, invicta. Em 2010, o time alvirrubro conseguiu outra proeza: derrotar a Espanha, que viria a ser campeã. Entretanto, a equipe não conseguiu repetir o brilho defensivo de 2006 e, contando com sua histórica deficiência ofensiva, caiu ainda na primeira fase ao empatar com Honduras por um óbvio e costumeiro 0 a 0.
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Espero que o editor
do site coloque a foto dos espanhóis desesperados ao sofrerem o gol do
esforçado Gelson Fernandes. (feito)
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Em 2014, a Suíça
figurará no Grupo E, ao lado de Equador, França e de seu algoz: Honduras. De
acordo com a lógica deve brigar com o Equador pela segunda vaga. Porém, em um
torneio curto e com um clima que pode variar entre as quatro estações num mesmo
dia, tudo pode acontecer.
Apesar de não contar mais com Nkufo e Frei, a
Suíça possui alguns jogadores que têm chamado atenção e, por isso, é tida como
uma seleção em ascensão. Os veteranos Benaglio (goleiro), Senderos (zagueiro careca
e lento), Fernandes (o talismã) e Barnetta (meia) levam sua experiência para os
jovens valores do time, como o meia Granit Xhaka.
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FIQUE DE OLHO: O veloz e criativo Xhaka tentará confirmar a excelente temporada que teve no Borussia Moechengladbach, da Alemanha. |
O maior destaque
nominalmente do time suíço é o impetuoso e abusado Xherdan Shaqiri, meia de
velocidade do multicampeão Bayern de Munique. Porém, como sempre, é no ataque que
os problemas aparecem. O fraco Seferović será o centroavante, visto que as demais opções (Drmić, Mehmedi e Gravanović) não inspiram confiança. Mas jamais subestime a seleção
suíça, até porque a equipe é comandada pelo genial e genioso alemão Ottmar
Hitzfeld.
Se me perguntarem
se mesmo assim eu colocaria fé nesse time, eu responderia que, em outra esfera
da realidade, sim. Mas nesta Copa do Mundo dos estádios superfaturados,
sinceramente, não.
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ESSE CONHECE: o baixinho e troncudo Shaqiri é reserva no poderosíssimo Bayern de Munique. Mas quando entra sempre deixa a sua marca. |
NO ESQUEMA: 4-2-3-1
A Suíça deve jogar
no 4-2-3-1, que pode variar para o 4-5-1, apesar de que em alguns momentos da
partida o time abre dois pontas, transformando o esquema em um 4-3-3 clássico.
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4-2-3-1 (clique para ampliar) |
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Histórico em Copas (clique para ampliar) |
Luís Felipe Canto,
advogado
e amante de times aplicados taticamente, que conseguem
se defender dos tecnicamente superiores e surpreendê-los
[Nota do Autor: Gostaria de agradecer ao administrador e fundador do
site a oportunidade de escrever nesse cultuado espaço; sem dúvida, a melhor
fonte para quem quiser ficar por dentro das novidades desta Copa e da história
de todas as outras. Sinto-me honrado em figurar ao lado de notórios
conhecedores desse esporte que tanto amamos, apesar de tudo.]
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